Alê Oliveira

Na semana passada, a Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial) realizou em São Paulo a quarta edição do congresso Aberje Trends, que teve quatro temas centrais de discussão: a comunicação, os negócios, a política e a reputação das companhias.

Durante a abertura do evento, Hamilton dos Santos, diretor-geral da entidade, e Paulo Nassar, diretor-presidente da Aberje, anunciaram um acordo de cooperação com a APCE (Associação Portuguesa de Comunicação de Empresa). A partir de agora, as companhias que se associarem à Aberje também farão parte da rede de integrantes da APCE.

O documento prevê ainda o fortalecimento dessas empresas em toda a região dos países africanos de língua oficial portuguesa (Palop). “É uma honra estar em meio a estes profissionais de comunicação. As nossas associações só existem porque há estas pessoas e essa parceria, que já ocorre há muitos anos e hoje nós a reforçamos e formalizamos, é para vocês. É um passo importante também para a língua portuguesa no universo dos comunicadores e de quem trabalha com comunicação worldwide”, declarou Eduardo Guedes, presidente da APCE.

O acordo será válido no Brasil, em Portugal e deve avançar ainda aos profissionais e empresas de Moçambique, Angola, São Tomé, Guiné-Bissau, Timor-Leste e Cabo Verde.

Alguns dos temas discutidos durante os dois dias de evento foram as novas perspectivas globais nas relações entre governos, empresas e sociedade. Participaram do congresso líderes de empresas como Itaú Unibanco, TOTVS, BNDES, GM América do Sul, Accor e EY, entre outros. “Hoje não pode mais haver dilema entre fazer a coisa certa e perder bilhões, você tem de fazer a coisa certa. No nosso ponto de vista, a boa notícia é que é possível você fazer a coisa certa e ganhar bilhões”, aponta Hamilton dos Santos, diretor-geral da Aberje.

Para o executivo, os indicadores são fundamentais na atração de capital e a sustentabilidade também precisa ser considerada. O tema não se restringe apenas às questões ligadas ao meio ambiente, mas aos relacionamentos e à formação de equipes. “Quem for capaz de gerenciar a diversidade de opiniões e ideias sai na frente, porque não fica amarrado a esse mundo extremamente antagônico”, defende. “É cada vez mais claro que a oposição da sociedade e da política chega ao mundo das organizações. Por isso, é preciso ser transparente e dar voz. Precisa ter canais para que as pessoas possam argumentar e contra argumentar. As organizações têm de apoiar a produção de conteúdo e a liberdade de imprensa”, vaticina.

Ainda segundo Santos, diante deste cenário, é preciso estar atento à reputação e colocá-la como eixo central do seu ecossistema de comunicação. “Nele você tem relações governamentais, com a comunidade, com consumidores e empregados, ou seja, um conjunto de disciplinas que compõem a comunicação. Quando você faz isso, coloca a liderança como guardiã da reputação. O CEO não faz mais media training, faz vida training”, reflete.