Encontro teve a participação de Ana Sanches, CEO da Anglo American no Brasil; Claudia Muchaluat, CEO da Intel Brasil e Silvia Penna, CEO da Uber Brasil

De acordo com a pesquisa "Tendências da Comunicação Organizacional", apresentada neste mês e realizada pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), nos próximos três anos, o capital humano continuará sendo mais importante do que a tecnologia na visão de quase metade (46%) dos entrevistados. Além disso, para 39% dos participantes do estudo, ambos os quesitos terão a mesma importância.

Esse panorama reforçou a relevância dos temas discutidos no painel de CEOs durante a 8ª edição do Aberje Trends, que tratou vulnerabilidade, autenticidade e empatia como os temas centrais abordados pelas CEOs na mesa de liderança e economia da comunicação, intitulada "CEOs em Foco: Comunicação de Impacto na Era da Transformação".

Mediada por Rafael Sbarai, Head de Produto do Cartola Express da Globo, a mesa redonda destacou o perfil emergente do “CEO Comunicador”. Participaram do debate Ana Sanches, CEO da Anglo American no Brasil; Claudia Muchaluat, CEO da Intel Brasil; e Silvia Penna, CEO da Uber Brasil.As executivas discutiram as características essenciais para líderes modernos e a importância de humanizar o papel do CEO, destacando a necessidade de uma comunicação mais próxima e influente com suas equipes.

A vulnerabilidade foi enfatizada como fundamental para estabelecer conexões genuínas, tanto com colaboradores quanto com o público.

“Eu vim de indústrias muito masculinas, o que me moldaram de uma maneira mais fechada e menos vulnerável e empática", confessou Silvia Penna, CEO da Uber Brasil. “Quando assumi a posição de CEO aos 32 anos, enfrentei a desconfiança das pessoas e senti a necessidade de me provar, o que me fechou ainda mais. Meu desafio tem sido me abrir e criar conexão com as pessoas, pois a vulnerabilidade gera empatia e faz a verdadeira conexão”, explicou.

Para Ana Sanches, a vulnerabilidade também foi crucial para uma comunicação eficaz. “Gosto de aprender e isso começa pela escuta ativa e pelo real interesse nas pessoas. Acredito que o segredo é gostar de gente. O líder que gosta de pessoas tem um diferencial e vai mais longe, pois um fortalece o outro. O gostar verdadeiramente das relações humanas é a cereja do bolo”, afirmou.

“No final do dia, a comunicação é a arte de se conectar com o outro. Para isso, é importante conhecer sua audiência e entender quais emoções sua mensagem vai gerar, seja ela externa ou interna”, completou Claudia Muchaluat, CEO da Intel Brasil.

A mesa trouxe insights sobre a evolução do papel do CEO na era da transformação digital e social, destacando a necessidade de uma comunicação impactante. As CEOs compartilharam suas experiências e estratégias para desenvolver poder de influência e comunicação eficaz, ressaltando o papel crucial das áreas de comunicação na mediação dessas relações.

“A presença masculina nesse setor é maior, mas a inclusão das mulheres em carreiras operacionais e lideranças é um movimento muito forte e acho que podemos fazer mais. Sou a primeira mulher CEO da empresa e tenho um papel importante nessa jornada, mostrando que o lugar da mulher é onde ela quiser”, disse Ana Sanches.