Levantamento apresentado na CES 2024 sugere que os avanços da tecnologia farão com que as ferramentas se tornem onipresentes

A Accenture divulgou a sua nova pesquisa que aponta que o mundo está prestes a passar por uma mudança tecnológica devido ao avanço da inteligência artificial e outras tecnologias, que tem se tornado cada vez mais intuitivas para as pessoas — o chamado "Humanas por Princípio".

O levantamento intitulado como "Human by Design: Como a IA abre as portas para o próximo nível de potencial humano" também sugere que, à medida que as tecnologias centradas no ser humano exercem capacidades ainda maiores e se tornam mais integradas, a população está caminhando em direção a um ambiente onde a tecnologia os cerca, se tornando mais onipresente.

"À medida que a IA, a computação espacial e as tecnologias de detecção corporal evoluem até um ponto em que parecem imitar as capacidades humanas e se tornam invisíveis, o que resta são as pessoas. Isso irá acelerará uma onda de mudanças sem precedentes em todos os setores, desde o varejo e entretenimento até a medicina e a manufatura", explicou Paul Daugherty, diretor de tecnologia e inovação da Accenture.

De acordo com a pesquisa, a IA generativa tem o potencial de impactar 44% de todas as horas de trabalho nas indústrias, além de permitir melhorias de produtividade em 900 tipos diferentes de empregos e criar entre 6 e 8 bilhões de dólares em valor econômico global.

Além disso, o estudo também apontou que 95% dos executivos concordam que tornar a tecnologia mais humana expandirá massivamente as oportunidades de todos os setores e 93% concordam que, com os rápidos avanços tecnológicos, as organizações devem inovar com propósito.

Tendências
O estudo também identificou quatro tendências principais na mudança para tecnologias "humanas por princípio". A primeira delas é foi chamada de "Uma combinação feita por IA", que deve transformar a relação das pessoas com o conhecimento.

Segundo a Accenture, com os avanços tecnológicos as pessoas irão deixar de buscar por respostas em mecanismos de pesquisa para recebe-las de forma selecionada e personalizadas na forma de conselhos, um resumo, um ensaio, uma imagem ou até mesmo uma obra de arte.

Para o estudo, o ato de pesquisar se transformará em uma síntese e os líderes empresariais que reimaginarem como a informação funciona na organização e equiparem os funcionários com ferramentas terão ganhos de desempenho e vantagens competitivas.

De acordo com o levantamento, 95% dos executivos acreditam que a IA generativa obrigará sua organização a modernizar sua arquitetura de tecnologia.

A segunda tendência apontada é a de "Ecossistemas para IA", que segundo a pesquisa se resume em imaginar um mundo onde agentes capacitados para IA trabalhem em nome de indivíduos e façam parte de um ecossistema interconectado.

Com isso, estes agentes automatizados irão auxiliar, aconselhar e tomar ações decisivas em nome das pessoas e 96% dos executivos concordam que alavancar ecossistemas de agentes de IA será uma oportunidade significativa para suas organizações nos próximos três anos.

A terceira tendência é a de "Criar valor em novas realidades". Aqui, o estudo fala sobre a fusão entre lugares e experiências no mundo físico e digital. Segundo o levantamento, 33% dos consumidores do varejo já indicaram que estão ou estariam interessados em utilizar tecnologias ou dispositivos de computação espacial para fazer compras.

Em seguida, a Accenture apontou que "Uma nova interface humana" também será tendência e que isso ocorrerá por meio de tecnologias como acessórios com IA, neurotecnologia com detecção cerebral e rastreamento ocular e de movimento.

De acordo com o estudo, 94% dos executivos concordam que as tecnologias de interface humana irão permitir uma melhor compreensão dos comportamentos e as intenções, transformando a interação homem-máquina.

"As tecnologias centradas no ser humano, como a IA generativa, estão preparadas para libertar o potencial humano e proporcionar uma gama impressionante de benefícios empresariais e sociais, mas apenas se adotarmos uma abordagem equilibrada, humana desde a concepção, que garanta que estas tecnologias sejam utilizadas de forma justa e responsável", completou Daugherty.