A Africa anunciou esta semana a contratação de Camila Fidélis. A profissional assume o cargo de gerente de gestão de pessoas da agência. Responsável pelos processos de desenvolvimento das equipes e talentos, além da promoção de iniciativas institucionais de cultura, inclusão e diversidade, ela destaca os principais desafios de sua função na entrevista abaixo.

Camila Fidélis , nova gerente de de gestão de pessoas na Africa (Créditos: Rodrigo Pirim)

Camila, qual será sua principal função na Africa?
É o cuidado com gente! E essa missão passa por apoiar, capacitar e desenvolver colaboradores junto à gestão de pessoas. Falar em talentos na Africa chega a ser algo cotidiano num time reconhecidamente repleto deles, então plano de carreira, gestão de talentos e clima também são pilares que exigem atenção e estão no meu radar.

A agência é uma das mais poderosas do mercado brasileiro. Por isso, baliza muito do que as outras fazem. Como você encara a responsabilidade desse desafio?
Quando você entra na agência, dá para sentir o peso dos inúmeros Leões e prêmios já conquistados… Costumo brincar “A Africa parece uma selva… Só fera! (risos)”. Por isso, encaro essa responsabilidade com a tranquilidade de quem sabe que os erros e os acertos serão resultado do trabalho realizado por uma equipe de vencedores. A história da Africa mostra que ela tem uma fórmula única, diria até que secreta, e isso está muito presente na cultura organizacional que também a torna única. Em linhas gerais, abraçar a diversidade, ter um olhar humano para nossos colaboradores e traçar estratégias de Gente e Gestão alinhadas ao corpo estratégico de liderança fazem e continuarão fazendo da Africa um ótimo lugar para se trabalhar, se desenvolver, planejar e alcançar os objetivos de carreira.

Por conta dessa representatividade, muitos dedos já foram apontados para a Africa. Comentários como “com esse nome e não tem negros”, por exemplo, já foram compartilhados. Acredita que o movimento da agência te contratando poderá mudar essa percepção? Por quê?
O engajamento da Africa com a diversidade não se iniciou com minha chegada e nem irá parar por aqui… aliás, não podemos parar por aqui! Ter uma equipe diversa na área de Recursos Humanos, que é a porta de entrada para novos talentos, é importante para garantir a diversidade em todas as equipes, além de contribuir para a conscientização do tema por meio de toda a atuação da área. Seja gerenciando novos talentos como criando iniciativas de educação e conscientização no dia a dia. Para nós, não é apenas “preencher a cota” nos processos seletivos. Em uma rápida pesquisa, os números já mostram: 54% da população brasileira é negra e, dessa porcentagem, apenas 4,7% ocupa cargo de liderança. Em linhas gerais, acredito que se o censo organizacional não reflete tais indicadores, ainda há muito trabalho pela frente. Envolvimento com a causa da diversidade é um ponto, abraçar e se comprometer para atingir indicadores que representem a realidade brasileira é o verdadeiro desafio. A agência tem consciência sobre a importância do tema e desenvolve dia após dia. E não poderia ser diferente já que, para nós, trata-se de uma vantagem competitiva. Equipes diversas criam trabalhos realmente representativos, alinhados ao contexto atual da sociedade. O engajamento por aqui é muito notório. Foi criado um comitê de diversidade, formado por dirigentes que se reúnem periodicamente para discutir e planejar a agenda.

Recentemente, a Africa foi uma das signatárias do projeto Conexão Negra, do MPT. Como você enxerga iniciativas como essa?
Super importante e necessária, pois são iniciativas como essas que trazem a conscientização para trabalhar o tema. Não basta a inclusão, é necessário também contextualizar o motivo pelo qual a diversidade é importante. E o papel do MPT, como aliado na causa, é fundamental. Por outro lado, apesar de necessária, a iniciativa também mostra como o caminho para a igualdade ainda é longo.

Sabemos que a publicidade é um meio que exige muito dos colaboradores. Varar madrugadas trabalhando ainda é algo comum para estes profissionais. Acredita que a área está se tornando mais humana com os publicitários? Por quê?
Sim, acredito! Assim como as agências, o mercado de trabalho no geral está se conscientizando que o maior e mais importante ativo das empresas são as pessoas. A agência acredita que fatores como qualidade de vida, saúde e satisfação dos colaboradores contribuem para um ambiente melhor, propício a um trabalho mais consistente e de maior qualidade. O bem-estar dos colaboradores está cada vez mais em pauta e estamos olhando o tema com cuidado e atenção.