Nelsinho Botega, Vitor Knijnik e Bazinho Ferraz celebram acordo que vai permitir à Snack traçar voo para além do mercado brasileiro (Divulgação)

Lançada há seis anos pelos publicitários Nelsinho Botega e Vitor Knijnik, a rede Snack, de canais digitais, especializada na produção de vídeos no formato social content, passa a ser controlada pela holding B.Partners, do empresário Bazinho Ferraz. É a 7ª aquisição consolidada desde o ano passado. As anteriores foram Score Group, Eixo, New Vegas, AbLab, Just Live e a consultoria de dados Just a Little Data. A raiz do ecossistema é a BFerraz, que tem operações em Buenos Aires, Cidade do México e Miami. Assim como as demais, a Snack deve se beneficiar das oportunidades fora do país. A primeira pode ser no México, onde o grupo atende Ambev, Adidas e Mondelez.

Quando Knijnik e Botega resolveram empreender, perceberam oportunidade que se configurou correta. Saíram da zona de conforto de uma agência como a Y&R para um negócio ainda incipiente. Hoje estão à frente da produção e criação de canais de brand como o Coisa Nossa, do Guaraná Antarctica, líder global de visualizações com volume mensal de 2,8 milhões. A marca de refrigerante ultrapassou a Red Bull, que contabiliza 556 mil e ficou na 2ª posição. O projeto envolve a produção de 20 vídeos mensais para o Guaraná de um total de 3 mil desenvolvidos por ano nos estúdios e em externas por uma equipe de 80 profissionais, entre diretores, roteiristas, creators e equipe técnica.

Devido ao volume de audiência gerado pelo canal Coisa Nossa, o Guaraná Antarctica já tem monetização com publicidade. Os anunciantes, entre os quais a concorrente Coca-Cola, programam ações de mídia no pre-roll do canal do YouTube da marca.

“No modelo anterior eram suficientes dois ou três comerciais por ano. Agora, a cada três dias é necessário um novo conteúdo nas plataformas de vídeo. A Snack percebeu isso e se especializou como uma rede dividida em gestão de canais proprietários, de terceiros e de marcas. O trabalho com o Guaraná é um exemplo de como o cenário mudou”, explicou Botega, que afirma que a Snack ficou conhecida como a Viacom do YouTube. “Mas as exibições dos nossos conteúdos também estão no Facebook, Instagram, LinkedIn, Twitter e Tik Tok”, acrescentou Knijnik.

Com dados aferidos pela Tubular Lab, os números dos canais originais da Snack impressionam. Apenas o canal Ilha de Barbados, como PC Siqueira, Rafinha Bastos e Kauê Medeiros, contabiliza 20 milhões de visualições por mês. A representação de canais é outro vetor de negócios. “Os brand channels já representam 75% da operação. É onde podemos ganhar mais espaço. Já cuidamos do Desejos de Make, de O Boticário, um sucesso. Mas não é só criação e produção que a Snack se responsabiliza. Cuidamos do desenvolvimento da audiência, comum às redes de televisão. Não trabalhamos com achismos, mas com dados. Em uma ponta, somos Siliconwood; e em outra, Silicon Valley”, explicou Botega.

O aprendizado com a publicidade é aliado da estratégia da Snack, como destaca Knijnik. “Na agência tínhamos um olhar para a marca. Hoje traduzimos o briefing para as plataformas de conteúdo com esse olhar. Não é tão simples, mas temos bastante conhecimento para ativar ações nas redes sociais”, disse Knijnik. Ferraz acredita que a chegada da Snack vai tornar mais robusta a oferta integrada da BPartners.