A Epic Games, desenvolvedora do jogo Fortnite, resolveu cutucar a gigante Apple refazendo uma campanha clássica da empresa da maçã.

O vídeo fez alusão ao clássico “1984”, filme criado pela Apple nos anos 80 para cutucar a então rival IBM. No original, dirigido por Ridley Scott e desenvolvido pela TBWA\Chiat\Day, Steve Jobs dizia que a empresa da maçã mostraria que 1984 não seria igual a “1984”, em referência ao livro de George Orwell que narra uma distopia onde tudo é controlado pelo Big Brother (O Grande Irmão).

A Epic inverteu os papéis e colocou a Apple no papel do Grande Irmão. O motivo tem a ver com uma nova modalidade de pagamentos lançada pela desenvolvedora (saiba mais aqui). Veja os filmes abaixo.

A paródia da Epic Games é apenas mais um exemplo numa longa lista de propagandas que se tornaram armas de desafetos. A diferença é que, no caso de Fortnite, a concorrência é muito mais financeira do que de produto. A briga se deu porque a Epic queria receber por fora da loja de apps da Apple. Já nos exemplos abaixo, você verá que é mais comum um concorrente direto parodiar o anúncio de algum rival.

Coca-Cola e Pepsi

Em 1979, a McCann criou um clássico para a Coca-Cola. No comercial, Joe Greene, defensor da NFL à época, quase perdeu seu apelido de “malvado” ao fazer algo com uma criança que derreteu o coração da audiência. O sucesso foi tanto que o filme ganhou uma versão brasileira estrelada por Zico.

Mas como a Pepsi não estava nem aí para fofura, a marca resolveu parodiar o clássico da rival com um novo filme, este protagonizado pelo craque inglês de futebol David Beckham. O desfecho é impagável.

Bombril e Assolan

O garoto-Bombril, criado por Washington Olivetto e Francesc Petit em 1978 na DPZ, era um sujeito bem afrontoso para a época. Ele tinha uma certa fofura e não hesitava em falar o nome de concorrentes em alguns anúncios (que logo eram limados pelo Conar).

Os filmes foram tão efetivos que o reinado de Bombril dura até hoje. Porém, em 1997, algo sacudiu a hegemonia da marca.

Uma jovem atriz – ainda desconhecida – chamada Mariana Ximenes estrelou um filme com cenário parecido ao dos vídeos estrelados por Carlinhos Moreno. Mas para outra marca: a recém-chegada Assolan, a “outra” esponja de aço.

Nextel e as outras

Já a Nextel resolveu tirar sarro de não apenas um comercial, mas de vários. Em 2018 a operadora lançou uma campanha estrelada pelo ator João Côrtes, ex-protagonista de comerciais da Vivo. A marca provocava, além da própria operadora, as concorrentes Tim, Claro e Oi, com referências de seus comerciais. O caso foi parar no Conar e o vídeo saiu do ar dos canais oficiais.

Veja um dos comerciais chacoteados no filme de Nextel:

Veja o vídeo de Nextel:

Globo e Record

Em 2008, a Globo fez uma campanha para falar de seu “Q” de qualidade. O elenco estrelado falava de todas as grandezas e detalhes da emissora.

A Record também fez um vídeo e mencionou o tal “Q”.

A emissora ainda fez questão de veicular um anúncio nos jornais de domingo com o seguinte questionamento: “Nossa concorrente precisando lembrar que tem qualidade? Para nós, isso tem um ‘q’ de queda de audiência”.

(Reprodução/Acervo Folha de S. Paulo)

À época, o Conar precisou intervir para promover uma reunião de conciliação entre as emissoras.

Burger King e McDonald’s

Burger King e McDonald’s são um caso à parte. O BK sempre provoca a rede do Big Mac. Uma das mais famosas, foi inspirada num posicionamento global da rede dos arcos dourados. Conhecido no Brasil como “Amo Muito Tudo Isso”, o “I’m Lovin’ It” guardou um detalhe durante anos que o BK só aproveitou quando o filme de terror “It” foi lançado.

O detalhe é exatamente este: o pronome “It”, que virou filme de terror e gancho perfeito para o BK atrelar a imagem do McDonald’s ao mal.

Bohemia e as outras

A Bohemia também utilizou o conceito criativo de dezenas de campanhas para se promover.

Numa época em que a mudança de mentalidade das marcas de cerveja estava em pleno vapor, a marca aproveitou que campanhas embasadas em mostrar mulher bonita estavam em baixa para cutucar as rivais.

Fiat e Renault

Já a Fiat gastou alguns milhões para atrelar a imagem do Fiat Toro ao retorno da saga Star Wars, ocorrido em 2015 com o filme “O Despertar da Força”.

Quem aproveitou para tirar um sarro e pegar carona na repercussão foi a Renault, que se posicionou como precursora da categoria e ainda mandou a frase mais famosa da saga para responder à rival.