Segundo a entidade de autorregulamentação publicitária, a campanha, lançada em fevereiro, foi "prejudicial" e "ofensiva"

Uma ação publicitária da Adidas que apresentava diversos seios para divulgar a diversidade de tops esportivos femininos acabou banida pela Advertising Standards Authority (ASA) do Reino Unido, órgão que tem atuação correspondente a do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) no Brasil.

Segundo a entidade, a campanha, lançada em fevereiro, foi "prejudicial" e "ofensiva" e decidiu puní-la por conter nudez explícita e aparecer onde as crianças pudessem ver os anúncios.

O órgão recebeu 24 reclamações e julgou 3 anúncios, sendo um post no Twitter e 2 dois anúncios em outdoors sem segmentação. Entre as denúncias, as pessoas fizeram queixas sobre o uso gratuito de nudez nos anúncios, objetificação das mulheres, reduzindo-as a partes do corpo, ofensividade e questionaram se era apropriado que o conteúdo fosse visto por crianças.  

Na rede de microtexto, a marca postou a foto com os seus e a seguinte legenda: "Acreditamos que os seios das mulheres em todas as formas e tamanhos merecem apoio e conforto. É por isso que nossa nova linha de tops esportivos contém 43 estilos para que todas possam encontrar o ajuste certo para eles."

Como defesa, a Adidas declarou à ASA que a imagens não eram gratuitas ou sexuais, e sim pretendiam “refletir e celebrar diferentes formas e tamanhos e ilustrar a diversidade”. Segundo a marca, as imagens foram cortadas para proteger a identidade das modelos, que teriam se voluntariado por apoiarem a campanha.

E complementou que não havia exibido os anúncios em cartazes ou outdoors perto de escolas ou locais religiosos. A fabricante também alegou que não considerava que a campanha causaria danos às crianças.

A ASA entendeu, no entanto, que a representação de seios nus, inclusive em um anúncio com o uso de pixels no mamilos, "provavelmente seria vista como nudez explícita". “Observamos que os seios eram o foco principal dos anúncios, e havia menos ênfase nos tops em si, que eram mencionados apenas no texto que os acompanhava”, afirmou.

“Como os anúncios continham nudez explícita, consideramos que eles exigiam uma segmentação cuidadosa para evitar ofender a quem os visualizasse”, continuou o órgão. E reforçou que os grandes pôsteres não eram direcionados e podiam ser vistos por pessoas de todas as idades, incluindo crianças.

A ASA também analisou o feed do Twitter da marca e disse que a postagem não estava em linha com o conteúdo usualmente divulgado em sua comunicação, razão pela qual, provavelmente, ofenderia os usuários da plataforma.