Adoro essa coluna, quando sou convidado a participar dela volto aos meus tempos de sonhador, busco dentro de mim motivações e inspirações que me fizeram chegar até aqui.

Daí, pra se perder nesse mundo de lembranças de coisas e pessoas que já me inspiraram na vida, é muito fácil. Campo fértil!

Escolhi então trazer aqui, em forma de homenagem, uma figura envelhecida, “o chefe”, trocada pelo politicamente correto, líder, aquele do qual você é subordinado e poderia mudar sua vida dependendo do humor que acordava.

Essa “entidade”, figura temida (kkkk) e respeitada com toda certeza, alguma coisa também te ensinou e te inspirou, mesmo que você não concordasse plenamente com seus métodos e pensamentos.

Estou com 51 anos, tive vários chefes, diferentes entre si, homens, mulheres, tranquilos, durões, pensativos, alucinados, criativos, metódicos, acho que sou um retalho deles todos. Claro que tento trazer comigo só os bons ensinamentos, mas não sei com certeza se isso é verdade absoluta.

Às vezes a gente pega o jeitão sem nem perceber.

Cabe sempre um trabalho de autoanálise, digo que não somos o que achamos ser, somos o que conseguimos mostrar para o mundo, esse deve ser um treinamento, aprendi isso de um chefe que dizia e exemplificava, “um bom professor não é o que sabe mais, mas sim o que consegue ensinar o que sabe”.

Discordâncias?

Sempre, com elas novos ensinamentos, novas teorias e inspirações!

Outro aprendizado de um chefe que trago até hoje comigo quando monto equipes é: “prefiro segurar o louco que empurrar o tonto” e, de fato, prefiro mesmo, correndo todos os riscos que o “louco” traz consigo.

É mais fácil corrigir atitudes do que não as ter. Ensinamentos profissionais que trazemos pra vida.

Lembro que quando comecei a participar de grandes reuniões com clientes, onde discutíamos seus problemas e buscávamos caminhos, as ideias brotavam na minha cabeça, ideias incríveis e eu as dava ali na hora, de bate-pronto e, por parecer tão fáceis, não eram levadas tão a sério em um primeiro momento.

Daí um grande chefe, que me ensinou muito, me disse: “você tem grandes ideias, elas vêm fácil na sua cabeça, valorize-as esperando a hora certa de dividi-las.” Isso realmente mudou a minha vida!

Outro chefe, “uma chefe”, muito louca, que me chamava de “menino” na frente dos clientes, me deixava constrangido porque parecia que nem meu nome ela sabia, que nas apresentações fazia careta para que andássemos mais rápido já no segundo slide, criou em mim personalidade, quem passou por ela está pronto para o mundo.

Saí de lá valorizando simplesmente ser chamado pelo meu nome, engraçado, mas aprendizados que me inspiram a ser melhor pessoa, melhor chefe do que ela foi!

Tinha outro que gostava do caos. A tranquilidade dele sobressaía nessas horas, então aprendi a trabalhar a ansiedade e a buscar saídas em tempos de guerra, incrível que elas realmente aparecem, com ele a frase era: “os problemas são o combustível da criatividade, se vira!”

Pra mim, chefes sempre foram inspiradores, até mesmo os que nunca chegaram a líderes.

Eu já fui chefe de muita gente, espero ter liderado muitos, mas o que me faria muito feliz mesmo é ter conseguido inspirar o tanto que esses chefes me inspiraram!

A todos vocês, muito obrigado!

Wagner Zaratin é sócio-diretor da SolutiOnOff