Evento aconteceu nesta segunda-feira (2), no Masp, em São Paulo
A Apro, por meio de sua plataforma internacional FilmBrazil, promoveu nesta segunda-feira (2) o Whext 2024, no Masp, em São Paulo. A programação contou com painéis, debates e oficinas de produção, além do lançamento da ferramenta ReFrame.
Marianna Souza, presidente-executiva da Apro, anunciou o lançamento da plataforma ReFrame, que trará informações a respeito de letramento com guia de boas práticas sobre ESG, calculadora de pegada de carbono para produções audiovisuais, além de um sistema de pontuação de ESG para as produtoras. "Vamos começar a gerar dados em cima dessa pauta que é tão importante, além de trazer clareza sobre os indicadores", celebrou Marianna.
O painel 'ReFrame: ROI sustentável – medindo o impacto das campanhas ESG' contou com a participação de Daniele Bulmini Pires De Godoy, líder de área da ONU Mulheres; e Luiza Nunes, gerente de equidade, diversidade e inclusão, da Unilever; com mediação de Marcele Gianmarino, gerente de diversidade, equidade & inclusão da Sephora.
A pauta ESG tem se conectado cada vez mais ao negócio passando a ser um tema imperativo nas empresas. "Um estudo recente da ONU Mulheres mostrou que práticas inclusivas geram ganho de renda e vendas, não só sobre o valor da marca, mas também sobre performance comercial. Enxergamos um ganho de 3,46% nas vendas de curto prazo se comparados à campanhas que não trazem inclusão, mas esse número sobe para 16,26% para as vendas a longo prazo", explicou Daniele Bulmini Pires De Godoy, líder de área da ONU Mulheres. "O documento também traz informações sobre ações de fortalecimento das equipes de liderança para que elas tenham políticas de diversidade e equidade dentro das organizações", completa.
O mercado também tem exigido mais representatividade, porém é necessário que a tomada de decisão pela mudança venha dos líderes que comandam as empresas. "O tema de diversidade só vai se tornar relevante dentro da companhia quando o RH conseguir fazer com que as lideranças entendam que isso não é apenas uma questão interna, mas também tem um impacto externo. Também vejo que é necessária uma mudança de mindset para entender que os backgrounds podem ser variados na contribuição com as empresas", disse Luiza Nunes, gerente de equidade, diversidade e inclusão, da Unilever.
Já o painel 'Expandindo horizontes criativos: a importância da diversidade e do pensamento divergente na era da IA' contou com a presença de Bruno da Silva Pedroza, head of interactive da Broders; Fernanda Belfort, diretora de soluções de marketing da Salesforce; e Amanda Graciano, CEO da Trama; com mediação de Simone Kliass, cofundadora da XRBR.
A inteligência artificial já está entre nós há um bom tempo, porém o lançamento do ChatGPT revolucionou o mundo da tecnologia. "Pessoas como Bill Gates sabiam que isso aconteceria, porém esses sistemas davam respostas ruins. Pessoas que trabalham com tecnologia perceberam, ao longo dos anos, que se colocassem mais capacidade computacional, com computadores mais poderosos, mais dados, mais tempo de treinamento, esses sistemas melhoravam muito a qualidade da resposta", afirmou Fernanda Belfort, diretora de soluções de marketing da Salesforce.
Com o avanço da tecnologia, a publicidade e a produção de contéudo mudaram de uma forma intensa nos últimos dez anos. "O conteúdo virou uma espécie de commodity e a IA generativa está à frente, porque consegue entregar imagem, música, trilha ou voz e chama a atenção, mesmo que ainda não estejam em um patamar pronto para entregar para a produção, o que não acredito que levará muito tempo para acontecer. Vejo que a publicidade mais alto padrão não será substituída pela IA, mas alguns planos, takes ou outras funcionalidades, sim", comentou Bruno da Silva Pedroza, head of interactive da Broders.
Também foi debatido sobre os vieses que as IAs carregam. "O problema do viés é que os modelos são baseados na cultura norte-americana ou europeia e nós estamos no Sul do mundo, que não tem nada a ver em relação à publicidade e nem sobre modelos de negócios. A IA só tem acesso a informações de 2024 para trás e ela não consegue criar coisas além disso, por isso ter times diversos ajuda a desdobrar campanhas", explicou Amanda Graciano, CEO da Trama.
O evento contou com o patrocínio da Spcine, FullCine, Getty Images, FullSeg e apoio da At FIVE London Dry Gin, Creme, Café Royal, Extreme Reach, Euphoria Creative, GoAd Media, Guaraná Turismo e Satelite Audio, com a parceria internacional do D&AD.