CTO da Paramount destacou que o momento é de aprendizado sobre como utilizar a tecnologia

CTO e VP executivo da Paramount, Phil Wiser trouxe para o palco da 39ª edição do South by Southwest (SXSW) as oportunidades geradas pela inteligência artificial para transformar a indústria do entretenimento. Segundo ele, um dos maiores esforços da gigante da indústria cinematográfica no momento é educar os criadores de conteúdo e executivos com as ferramentas certas para eles realmente entenderem como usar a IA.

Voltando aos anos 2000, ele lembrou que a Paramount já havia sido disruptiva com o filme ‘Benjamin Button’ (estrelado por Brad Pitt) com os efeitos visuais na transformação do personagem, que ia rejuvenescendo com o passar do tempo. “E aqueles foram efeitos visuais por meio de computação gráfica, não tínhamos disponíveis as ferramentas de IA naquela época”.

Olhando para a frente, Wiser destacou que há vários desafios em relação à inteligência artificial porque é tudo muito novo. “Nós precisamos entender o que está acontecendo, o que as empresas de tecnologia estão desenvolvendo e nos engajar. Mas há várias implicações. Ninguém sabe ao certo ainda”.

O executivo disse que o cenário da IA para a mídia é complexo e tudo ainda é muito experimental. Outro ponto que ele tocou foi a questão de como as imagens geradas pela IA ainda estão longe de parecerem reais. “As imagens das pessoas ainda são muito artificiais”, ressaltou ele. Por outro lado, há várias aplicações sendo feitas para otimizar vídeos comerciais e usadas em animações.

Phil Wiser: "Não veremos um robô sentado na cadeira de um diretor de filme"

Segundo Wiser, muita gente está entrando em pânico, “embora não iremos ver um robô sentado numa cadeira de um diretor de filme”, brincou ele. Para além do hype, há várias mudanças positivas, como novas câmeras, abrindo oportunidades conforme a tecnologia se desenvolve e inspira a indústria. O executivo lembrou que Ben Affleck é um dos nomes mais articulados do mercado em levantar a bandeira de que a IA não é uma ameaça para Hollywood.

O senso é que a IA vai permitir que os custos sejam reduzidos, substituindo processos menos criativos, e ao mesmo tempo diminuindo a barreira de entrada e abrindo caminho para que mais vozes sejam ouvidas. “No final das contas, o objetivo é sobre ter mais conversas e construir ideias juntos. Estamos numa indústria de contadores de histórias”.

De acordo com o executivo, a inteligência artificial está sendo bastante utilizada pela Paramount para promover ações de marketing, como no filme “Imaginary friends”, que por meio de um app engajou a audiência, permitindo que os fãs desenhassem o seu amigo imaginário.

O EVP da companhia também chamou a atenção para o fato de que a indústria precisa tomar cuidado para que o conteúdo produzido pela IA não seja enviesado e represente o mundo do jeito que deve ser.