Os sócios Suzanne Barbosa e Marco Pupo apresentaram ideias arriscadas que, segundo eles, atraem cada vez mais as marcas
O que você acha de começar uma agência dentro de um barco? Foi assim que a agência independente Atlantic New York abriu as portas nos Estados Unidos no ano de 2021, em plena pandemia, com nenhum investimento e a ideia de fazer algo diferente no mercado publicitário. No painel ‘When your new business strategy becomes your brand’, os sócios Suzanne Barbosa e Marco Pupo falaram, neste sábado (8), durante o South by Southwest (SXSW), em Austin, sobre ideias criadas na contramão do mercado que levaram a Atlantic a se destacar e ser eleita a Ad Age Small Agency of the Year, em 2023.
“Vamos na direção contrária do mercado. Enquanto nas agências as pessoas trabalham até tarde, sem hora para sair do trabalho, nós fechamos a Atlantic por uma semana no verão. E não há dinheiro ou cliente que faça a gente abrir as portas. Queremos desafiar esse status quo. Também buscamos dar espaço para profissionais de outras indústrias e queremos ver as pessoas felizes”, disse Pupo.
Enquanto as grandes agências gastam fortunas para fazer networking no Festival de Cannes, alugando iates e promovendo grandes recepções, a Atlantic lançou durante o festival de 2023 o Atlantic Car Service para atrair novos clientes. A ideia foi bem simples: alugaram uma van para levar os clientes até o aeroporto de Nice e, de quebra, apresentavam a agência para eles. “A única regra era: o que acontecia na van, ficava na van”, brincou Suzanne. “Adoramos o que fazemos. E piadas à parte, fazemos trabalhos sérios para os clientes”.

Um dos cases da agência foi um vídeo com um investimento baixíssimo para promover o aluguel de filmes na última loja existente da Blockbuster em Oregon, nos Estados Unidos, durante o Super Bowl. A peça que viralizou dizia: “O mundo está acabando ou é a Blockbuster lançando o seu primeiro comercial depois de muito, muito tempo. Sim. Nos vemos em 2/12/23”.
Já em edição anterior do SXSW, lançaram a Atlantic Line Sitters para os clientes não perderem tempo nas filas para assistir às conferências. “Ficávamos na fila para os clientes e, em troca, eles escutavam a nossa proposta de pitch”, contou Suzanne.
Os executivos contaram que já preparam a próxima ativação para o Cannes Lions deste ano, criando expectativa pelo que vão fazer. “As pessoas já esperam pela próxima ideia que teremos”.
Pupo contou que uma das razões para abrirem a Atlantic é que nas grandes agências os profissionais têm medo de arriscar e aprovar ideias diferentes com as marcas. “Nós incentivamos as pessoas que trabalham conosco a terem ideias estranhas e nós assumimos os riscos. Somos muito sortudos por ser uma agência pequena e trabalhar para grandes marcas”, disse.
Suzanne ressaltou que, cada vez mais, as marcas admiram as agency brands. “Há muitas agências no mercado, mas cada vez mais os clientes são atraídos pelo que as agências fazem, o que somos e a nossa integridade”.