Apesar da rápida visita ao Brasil, o guru de web analytics do Google, Avinash Kaushik, pesquisou alguns sites de grandes anunciantes brasileiros e não gostou muito do que viu, pois, na opinião dele, são muito poluídos visualmente e pouco eficientes. “Estou impressionado com o marketing online no Brasil, que é mais desenvolvido que na Argentina. Mas há uma falha na sofisticação e no uso da base de dados. É um caminho a ser percorrido”, comentou.

O executivo esteve no País na última semana (19 e 20) e falou sobre sua teoria de como empresas podem tirar melhor proveito dos dados e resultados dos anúncios online e como utilizá-los a favor de seus negócios.

Antes de se juntar ao Google, Kaushik escreveu o livro “Web analítica” (publicado no Brasil pela Alta Books), que traz uma visão crítica sobre o comportamento do usuário que navega na web e ensina como tirar melhor proveito da plataforma.

Kaushik disse que um website de sucesso precisa ser interativo, atraente, bonito e de fácil navegação. Mas não adianta o site ser apenas belo: é preciso ter métricas eficientes, como medição de gasto (no caso de e-commerce), reconhecimento do perfil do internauta e audiência de informações buscadas no site.

“Eu quero que as pessoas percebam que marketing online não é contabilizar pageviews ou usuários únicos. Isso são métricas tolas que não geram conversão”, alertou Kaushik.

O Google oferece uma ferramenta chamada Google Analytics, no qual o anunciante tem acesso a diversos dados que analisam quais informações estão sendo acessadas; quantos clicks o usuários dá até achar a informação que necessita; e, no caso de e-commerce, o que e quanto de um produto está sendo vendido. “É fácil para o anunciante usar essa ferramenta, porque ele pode dobrar seu lucro apenas mudando pequenas coisas em seu site, sem gastar um tostão a mais em publicidade. Basta saber interpretar os resultados da base de dados”, explicou Kaushik.

O executivo afirmou que se essas métricas são utilizadas, o anunciante terá três resultados: aumento de investimento; redução de custos; e aumento de lealdade e satisfação do consumidor. “Se você não tem e-commerce, você pode ignorar a primeira, mas terá os dois últimos resultados”, falou.

Atualmente, o Yahoo! também oferece ferramenta similar e Kaushik não hesita em mostrar a página do concorrente. “No final das contas, meu trabalho é fazer com que a base de dados seja cada vez mais usada”, explicou.

Rede social

A mesma métrica pode e deve ser aplicada, na opinião de Kaushik, nas redes sociais. “Deve se mensurar o tempo que as pessoas gastam nessas redes, o que elas procuram e veem. E, assim, pode-se investir porque você saberá o que as pessoas gostam”, disse.

Na opinião do executivo, nenhuma mídia passará imune pela recessão econômica. “Há uma transferência de verba para a web e ela vai se dar bem neste período, no qual as pessoas se darão conta do quão eficiente e maravilhoso isso é”, observou.

Porém, Kaushik lembrou que um mix de mídia é melhor que somente a mídia online. “Nós vivemos um período de non-line marketing. Este é o futuro. O desafio para os anunciantes é fazer um mix das melhores mídias para sua marca”, concluiu.

por Maria Fernanda Malozzi