Executivo também falou sobre a cultura brasileiro, esporte e sobre a construção da marca
Parte do portfólio da multinacional franco italiana EssilorLuxottica, a Oakley tem nos óculos de sol seu carro-chefe. Os seus acessórios esportivos se tornaram parte da cultura e do dia a dia dos consumidores, especialmente em países como o Brasil. “Na Oakley, dizemos que cultura é esporte e esporte é cultura, e descobrimos isso há muito tempo”, afirma Caio Amato, CMO global da marca.
A empresa já realizou parcerias com diversos nomes pelo mundo, que vão do rapper Travis Scott à dupla de podcasters brasileiros Igão e Mítico, do PodPah. Para Amato, isso é um diferencial.
“A gente tem de transformar nossas coisas não negociáveis e traduzir para cada país. Esse é o grande segredo de construir marca e ao mesmo tempo business”, aponta o brasileiro. Em 2025, a empresa completa 50 anos e promete cinco lançamentos. “Preparamos o ano mais inovador da nossa história”, revela o executivo.
Esportes
Eu venho do interior de São Paulo e eu tive uma infância meio disfuncional, por conta da obesidade. O futebol e o esporte me deram uma vida nova, oportunidades novas, amigos novos e me formaram como ser humano e como profissional. Depois de muito tempo, consegui entender que o meu drive corporativo e de carreira era, na verdade, a minha missão de vida. Eu tento transformar a vida do máximo de pessoas possíveis através do esporte, como a minha foi transformada. Então, foi através do esporte e do futebol que eu comecei nessa jornada. E, vindo do interior de São Paulo, eu acabei caindo na Alpargatas primeiro, onde eu trabalhei na Mizuno, que no Brasil é uma marca superparticipativa no mercado. Acabei ficando cinco anos na Mizuno e lá foi onde eu aprendi o mais basal do mundo corporativo.
EssilorLuxottica
Algumas pessoas trabalham aqui na marca há 30 anos, em especial, duas pessoas: Ryan Saylor, que é o número um de produto e desenvolvimento, e o Brian Takumi, cujo cargo se chama ‘alma e criativo’. Ele é o VB de soul and creative. Esses caras entendem o DNA da marca como ninguém no mundo, e eles continuam com aquela cultura da Oakley. A Luxottica era uma empresa muito comercial, com muitas licenças, já a Oakley é uma marca famosa por ser autêntica e inspiradora. Esses dois mundos não conversam se não tiver um tradutor no meio. E esse foi exatamente o papel que eu tive no começo, ajudando os executivos a entender o ‘maravilhoso mundo da Oakley’, que realmente é mais do que uma marca, é uma cultura. E hoje a gente está no pico de popularidade, no pico de business, porque realmente as duas partes começaram a entender uma à outra.
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Brasil
O Brasil é um país que precisa evoluir ainda muito em relação à maneira que se enxerga a sociedade como um todo, isso é uma coisa que agora que eu estou aqui fora eu vejo muito claramente. Um exemplo prático: por que a gente no Brasil ama tanto o Travis Scott, a Lana, a Beyoncé, e muitas pessoas atacam a Anitta, o MC Hariel? Eles são a mesma coisa, eles têm a mesma representatividade. Então, para um brasileiro olhar de fora e entender a dificuldade dos próprios brasileiros, de elevar a cultura de comunidade, que é uma cultura não só válida como uma das mais inspiradoras que tem, isso é uma coisa que me doía muito, como brasileiro e como uma pessoa que viveu em comunidade também, por algum tempo da minha vida.
Periferia
Para mim, era muito claro que o meu papel como líder global não era distanciar a Oakley da comunidade, é uma marca que sempre teve ali justamente para ser disruptiva e subverter a ordem das coisas. As periferias são uma grande potência cultural para o Brasil e sempre vão ser. Então, para a gente estar nesse lugar, apoiando comunidade, fazendo projetos sociais junto com a Kond, dando acesso para mais molecada entrar na música, para se expressar através da arte, isso para a gente é uma obrigação, porque nós não escolhemos a comunidade, a comunidade nos escolheu.
Leia a entrevista completa na edição do propmark de 10 de fevereiro de 2025