Premiação deveria ter título invertido para Audio & Radio
Áudio deveria vir antes de rádio na definição de Lucas Sfair para a premiação de Radio & Audio Lions, do festival de Cannes, realizado na França entre os dias 19 e 23 de junho. Novato no júri da categoria, o fundador e diretor criativo da produtora de som paranaense Canja Audio Culture lembra de Sick beats, colete de desobstrução de vias aéreas baseado na terapia de ondas sonoras, que levou o Grand Prix da área em 2021. “Não dá mais pra resumir isso em rádio. Faz um tempo que o áudio está revolucionando as criações das agências”, observa. Criatividade acima da tecnologia e o poder da mídia para lidar com pautas sociais também são destaques da entrevista a seguir.
O que considerar
Criatividade acima da tecnologia. Vivemos o boom da inteligência artificial, mas a ferramenta por si só não bastará. Continuamos buscando conceitos fresh, que sejam capazes de transmitir e convencer. Entra o tão falado craft. Técnica e ideia andam de mãos dadas para que algo seja convincente.
Potencial criativo
Faz um tempo que o áudio está revolucionando as criações das agências. São ideias para assistentes de voz (Alexa, Siri etc.), podcasts, produções binaurais e atmos. A categoria Radio & Audio deveria ter seu título invertido para Audio & Radio. Os desformatos estão cada vez mais interessantes e atrativos. Ganhamos Grand Prix nessa categoria em 2021, com Sick beats, primeiro colete de desobstrução de vias aéreas baseado na terapia de ondas sonoras. Não dá mais pra resumir isso em rádio.
Honra
Ser jurado em Cannes é a coroação de experiências em festivais internacionais anteriores. Passei por Clios, LIA, NYF, El Ojo, CCSP, Colunistas e outros. Segundo consta, sou o produtor de áudio da publicidade brasileira mais jovem a ser convidado para ser jurado em Cannes. E acho que faz sentido pro momento, porque há anos ganhamos prêmios técnicos. Se fossem esperar mais só por questão de idade, talvez a onda teria passado. Mas sim: primeira vez. Honrado.
Luz
Vivemos uma fase “pós-pandêmica” e, ao mesmo tempo, com AI evoluindo rapidamente. Também passamos por questões que precisamos ajudar a resolver com nosso papel e poder midiático. Por exemplo, acabamos de ter uma Copa do Mundo sediada em um dos países mais machistas e intolerantes que existe. Já no Brasil, tivemos o escândalo dos garimpos, corrupção, destruição da Amazônia e, por consequência, uma péssima administração climática. Tem tanto assunto precisando de luz que realmente espero ver campanhas diversificadas.
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