Painel foi realizado na tarde desta segunda-feira (16)
“Se a Globo não tivesse me convidado, eu mesmo teria pedido para vir". Foi assim que William Bonner, âncora e editor-chefe do Jornal Nacional, da TV Globo, abriu o painel ‘Brazil’s creative revolution: A bold new chapter powered by Globo’, com Keka Morelle, chief creative officer (CCO) da Ogilvy para a América Latina e presidente do júri de Outdoor Lions; Maju Coutinho, âncora e apresentadora do Fantástico; Anselmo Ramos, cofundador e creative chairman da GUT; e Sergio Gordilho, copresidente e chief creative officer (CCO) da Africa Creative. Realizada na tarde desta segunda-feira, a sessão faz parte da trilha ‘Talent and cultures’.
No ano em que o Brasil ganhou o título inédito de Creative Country of the Year, Bonner lembrou os cem anos da Globo, ao lado de colaboradores, telespectadores e anunciantes, “que financiam a independência da mídia e fazem um bem danado para a democracia”, lembra. "É um momento para guardar no coração”, crava.
Bonner já teve o sonho de ser publicitário, que é a sua formação original. “Ao invés de ser parceiro de Washington Olivetto, acabei virando colega de Cid Moreira”, brinca. A propaganda é uma de suas paixões. Desde jovem, ele inventava produtos e campanhas para divulgá-los. “A arte era terrível. A melhor parte era o texto”, recorda.

Na próxima semana Bonner completará o seu quadragésimo ano na Globo, época em que a emissora homenageava os talentos com o PPA, antigo Prêmio Profissionais do Ano. “Aos 20 anos, eu tinha até um poster do prêmio”, relembra. Hoje, ele reconhece a brasilidade, inventividade e a essência, que caracterizam o padrão Globo de qualidade. Ao lado de marcas e agências, essa parceria forma uma combinação única, que surpreende pela sua sinergia e capilaridade, e é admirada em todo o mundo. “Aplaudimos e convidamos os nossos parceiros a renovar essa aliança pelos próximos cem anos”, sugere Bonner.
Celebração
A jornalista Maju Coutinho provocou temas que estão redefinindo o papel da publicidade. Um deles foi sobre liderança. “Fui a única mulher durante muito tempo em alguns lugares por onde passei. Hoje, estamos mais conscientes. A liderança é fundamental, não só para o resultado do trabalho. Depende como você chega e com quem. Quanto mais diversidade, mais resultado e conexão temos com as pessoas”, ensina.
Como fica a ousadia e a criatividade em um mercado pressionado por prazos? Anselmo Ramos cita o exemplo da premiada campanha “The Handshake Hunt”, da GUT para o Mercado Livre, com a Globo na ficha técnica - que conquistou o Grand Prix de Media no Cannes Lions 2024, entre outros troféus. “O case açpresenta um formato de mídia único no mundo, que utiliza a criatividade para gerar resultado de negócio”, explica Ramos. Inovações também entraram na pauta do painel. De acordo com o executivo, a inteligência artificial "é a melhor dupla. Trabalha 24 horas por dia sem reclamar e não pede férias”, diz.
Nem sempre a criatividade precisa impor o seu protagonismo. “Ser coadjuvante pode surpreender com ideias memoráveis. A nossa função é participar da história das pessoas”, diz Sergio Gordilho. Ele lembrou o legado deixado por Washington Olivetto, que ganhou o primeiro Leão do Brasil hpa 50 anos.
Futuro
O talento das novas gerações endereça o futuro do mercado da comunicação. O desafio é incentivar o jovem a ter pensamento crítico e ser autêntico, “já que tem ferramentas que executam o que você quiser”, comenta Keka.
Hoje, brasileiros estão espalhados por agências de todo o mundo, e em posições de liderança. “Temos de sonhar grande e ter orgulho de ser brasileiro. Vamos continuar conquistando o mundo”, pontua.
Sergio Gordilho chama o mercado para o compromisso de “entregar inspiração para as próximas gerações”.