Evento aconteceu nesta terça-feira (22) e contou com um total de 24 palestrantes

Nesta terça-feira (22), aconteceu o MMA Innovate Brasil 2024, em São Paulo, que reuniu profissionais da área do marketing para palestras com conteúdos atuais, cases inovadores e possíveis tendências. Organizado pela MMA Latam, o evento contou com um total de 24 palestrantes.

CMOs estão ocupados demais
Greg Stuart, CEO global da MMA, trouxe reflexões sobre o atual cenário do marketing e os desafios do mercado. "O marketing não abre mão das coisas. Se não paramos um projeto, porque não estamos evoluindo, isso nos afeta."

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Greg Stuart, CEO global da MMA (Divulgação)

Além disso, o executivo destacou um fato que ele têm observado: boa parte dos CMOs afirma estar muito ocupados. "O conhecimento não tem significado se você não aplicá-lo. É hora de CMOs 'acordarem' ou vocês estão muito ocupados para melhorar? Não podemos estar ocupados demais para melhorar drasticamente o marketing. Cada um deveria controlar a mudança para ter uma oportunidade de criação de legado para o seu negócio", pontuou Stuart.

Case Disney e Burger King
As colaborações com marcas do setor alimentício, principalmente, de fast-food são, normalmente, pensadas apenas em brindes por serem baseadas no público infantil e sazonais. A parceria de Disney por meio da Marvel com o Burger King trouxe uma novidade, uma vez que houve criação de um novo sanduíche para o lançamento do filme 'Deadpool & Wolverine'.

"Essa franquia, especificamente, tem um poder de transcender públicos, uma vez que conversamos com o público infantil, assim como com um público mais velho. E quem gosta de Deadpool não necessariamente gosta de Wolverine e vice-versa. Acredito que a coisa mais divertida que aconteceu foi como fazer um licenciamento de algo que conseguisse ser grande e que tivesse escala", explicou Igor Puga, VP de marketing da Zamp.

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Giselle Ghinsberg, diretora de ad sales and partnership da The Walt Disney Company; Luciano Amaral, apresentador; e Igor Puga, VP de marketing da Zamp (Divulgação)

A ação também teve interações maiores como envelopamento de loja, construção de embalagem, além do próprio combo. Ao comprar o combo, os atendentes também perguntavam se o cliente preferia o Wolverine ou o Deadpool. "Essa não foi apenas uma informação de entretenimento para engajar, porque para nós é muito relevante saber qual o perfil das pessoas que estavam indo até a loja, qual o gatilho, qual a relação que elas tinham para que entendêssemos quando teria mais aderência", destacou Puga.

Projetos como esse demonstram um pouco sobre a estratégia da Disney. "Todo o volume de conteúdo de produções e a força que a gente teve na potência das marcas da Disney mostram que é fácil transitar e entender o que faz sentido, para qual momento e qual audiência. Olhamos para todos os pontos de contato que podemos ter e criar oportunidades a mais. No final, resumimos a nossa força do storyttelling para storydoing para storyselling", disse Giselle Ghinsberg, diretora de ad sales and partnership da The Walt Disney Company.

Marketing e as favelas
A economia da favela tem se tornado cada vez mais atraente, porém ainda há ajustes a serem feitos ao avançar para esse público específico. "Temos um desafio, porque ainda há um conservadorismo muito grande quando as empresas ou os departamentos de marketing vão tomar alguma decisão. Mesmo com todas as conversas sobre inovação, a decisão sempre tende a ser conservadora", afirmou Reginaldo Lima, cofundador da Investe Favela.

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Karen Kanaan, sócia da 42 São Paulo; Reginaldo Lima, cofundador da Investe Favela; e Liliane Rocha, fundadora e CEO da Gestão Kairós (Divulgação)

Hoje cerca de 16 milhões de pessoas vivem em favelas, destes, 70% são negras, segundo pesquisas. "Quando olhamos para a demografia nas grandes agências de publicidade, por exemplo, apenas 17% dos cargos de diretoria são exercidos por pessoas negras, de acordo com a pesquisa da Kairós. Como vamos fazer o novo se a gente tem sempre as mesmas cabeças pensando sobre as mesmas questões? Para fazer o novo precisamos manter as que já estão, mas também trazer novas pessoas", elucidou Liliane Rocha, fundadora e CEO da Gestão Kairós.