Mês do Orgulho teve origem em 1969 e luta pelos direitos da comunidade LGBTQIAP+
No dia 28 de junho de 1969, os frequentadores do Stonewall Inn., bar gay no vilarejo de Greenwich, em Nova York, se uniram para lutar conta a violência e a perseguição policial da época. O movimento deu origem ao Mês do Orgulho LGBTQIAP+, atualmente celebrado no Brasil, Estados Unidos e em outros países ocidentais.
Mesmo com um mês inteiro apenas dedicado à comunidade e a diversidade ter se tornado um tema recorrente — e essencial — nas campanhas publicitárias durante todo o ano, algumas marcas e empresas deixam para pensar suas campanhas voltadas a este público poucos dias antes do início das celebrações.
De acordo com Marina Calado, diretora operacional da Airfluencers, plataforma que análise e monitoramento de influenciadores para empresas, em maio, a empresa passou a receber muitas solicitações de campanhas de marcas que gostariam de trabalhar, de alguma forma, com a comunidade LGBTQIA+.
"A cada ano sentimos um movimento maior de adesão às marcas celebrarem o Mês do Orgulho. Vemos em empresas realmente engajadas com a causa, uma maior preocupação em transmitir mensagens de empoderamento, reflexão e apoio à comunidade", afirmou Marina.
Segundo a diretora, as buscas por criadores de conteúdos da comunidade para as campanhas deste ano tiveram algumas diferenças em relações ao ano passado. "Sentimos um aumento de solicitações para vídeos no TikTok e na busca por perfis menores, mas com alta afinidade e engajamento com a temática da campanha", completou.
Mesmo com o aumento da procura de criadores LBGTQIAP+, as pessoas da comunidade passaram a ser mais seletivas na hora da escolha de um trabalho, optando por marcas que ressoam mais com seus valores e personalidade, mas diferente do que se imagina, isso não significa que eles recusem as ofertas por se tratar de um período mais lucrativo do ano para alguns criadores.
"Recusar propostas não é uma tarefa fácil porque muitos declaram sobre a importância do mês de junho para o seu 'ganha pão' e como este pode ser um momento importante de valorização e relacionamento", explicou a diretora.
No mês que fala da luta da comunidade por respeito e igualdade, contar com o apoio de marcas e empresas é crucial e, para Marina, uma forma em que as grandes cooperações podem se tornar aliadas da causa é destinando uma parte dos lucros das campanhas publicitárias para uma organização LGBTQIA+, sem fins lucrativos, como parte de sua campanha do Orgulho.
Outro ponto comentado pela diretora é a importância da criação de um núcleo de diversidade dentro das empresas. "Criar núcleos de diversidade para trocas e iniciativas, promover a contratação de um time diverso, apoiar causas e patrocinar ações sociais com o foco de inclusão faz com que o movimento seja de dentro para fora, sendo mais crível e impactando o mercado efetivamente", completou.