Novo estudo da Ipsos mostra que jovens são mais sensíveis ao marketing e à diversidade, enquanto os mais velhos concentram renda e poder político

As transformações demográficas e sociais seguem acelerando na América Latina e devem redefinir o mercado consumidor nas próximas décadas. O estudo 'Ipsos Talks – gen Z & Boomers 2025' traz dados inéditos sobre como diferentes gerações percebem a sociedade, o consumo e as marcas, com destaque para a comparação entre a geração Z (13 a 29 anos) e os baby boomers (60 a 80 anos).

Envelhecimento da população

O levantamento mostra que, até 2035, o grupo de 60 a 80 anos crescerá 30% na região, enquanto o segmento jovem (13 a 29 anos) cairá 7%. Isso reforça a relevância da chamada silver economy, que já responde por mais de 30% do crescimento do consumo na América Latina, com potencial em setores como habitação, turismo, saúde e transportes.

Ainda assim, a geração Z deve se consolidar como alvo prioritário dos profissionais de marketing no futuro, ao concentrar poder econômico e assumir o papel que hoje pertence aos millennials.

Diferenças de prioridades e preocupações

Entre os boomers, há maior foco em questões sociais estruturais, como crime, violência e corrupção política. Já a geração Z se mostra menos preocupada com esses pontos, mas mais engajada em temas ESG e de diversidade.

Os jovens também apresentam uma visão mais crítica da sociedade: 46% acreditam que mudanças só ocorrerão a partir de uma revolução, enquanto 88% dos boomers defendem a democracia como sistema ideal de governo.

Relação com marcas e tecnologia

No consumo, a geração Z é mais sensível ao marketing:

  • 68% afirmam estar dispostos a pagar mais por marcas de que gostam, contra 51% dos boomers.
  • O grupo também valoriza experiências que possam ser compartilhadas online e demonstra forte influência de criadores digitais.

Já os mais velhos adotam uma postura mais moderada em relação à tecnologia. Ambos reconhecem seu impacto positivo, mas enquanto 74% dos Boomers acreditam que a inteligência artificial pode criar mais empregos do que destruir, entre os jovens esse índice cai para 61%.

O desafio para as marcas

Para os especialistas da Ipsos, os dados reforçam que marcas precisam equilibrar mensagens ao lidar com públicos tão distintos:

  • Com os boomers, a comunicação deve destacar valores de estabilidade, segurança e tradição.
  • Com a geração Z, o foco é diversidade, autenticidade e experiências digitais integradas, mas também a necessidade de lidar com o estresse e a sobrecarga de escolhas que marcam esse grupo.

Segundo o relatório, “os 60+ serão responsáveis por uma fatia significativa do consumo, enquanto a geração Z, mais aberta e sensível ao mercado, definirá as tendências de engajamento e relacionamento das marcas”.

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