Rodrigo Dib, superintendente  institucional e de inovação do CIEE, explica os planos da entidade

Com 60 anos de história, o CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola) enfrenta um cenário de mudanças movidas pelas transformações de comportamento dos jovens e também pela falta de capacitação deles.

Para acompanhar essas demandas e ser a principal ponte entre as empresas e os jovens que buscam a primeira oportunidade de trabalho, o CIEE se desconstruiu. Virou a chave, mudou a marca e agora quer ser o grande gerador de conteúdo sobre o mundo do trabalho para a juventude.

“Precisamos ser o maior influenciador sobre o mundo do trabalho”, disse Rodrigo Dib, superintendente  institucional e de inovação do CIEE, que comanda hoje um time de marketing de 50  pessoas. “Lançamos uma marca nova, cores novas e começamos a ter uma linguagem 100% nova para se comunicar mais”, relatou o executivo.

Confira a sua entrevista.

O que é hoje o CIEE?
É uma organização sem fins lucrativos, que nasceu há 60 anos com o objetivo de apoiar a juventude brasileira a conseguir sua primeira oportunidade. Tudo começou com estágio, mas as coisas foram evoluindo e foi surgindo a necessidade de ter outros tipos de programa. Sempre pensando em apoiar os jovens, mas também as empresas. Hoje, o CIEE atua com programas para o jovem que é mais vulnerável no Brasil com os centros de cidadania, que são espaços físicos para o jovem carente que precisa de um lugar de acolhimento. Os centros oferecem psicólogos, alimentação e apoio que ele precisa até para saber dos seus direitos. Para o jovem que já consegue ter condição para se capacitar, o CIEE oferece plataformas digitais, onde 1,2 milhão de jovens estão cadastrados. Por mês, mais de 30 mil jovens entram e se capacitam com mais de 60 cursos online que geram certificado. São cursos que vão estar ligados com a vida deles, como Word, Excel, ferramentas Office, Google, comunicação, finanças e matemática. E tem o programa de entrada no mercado de trabalho, que é o jovem aprendiz. Hoje, o jovem aprendiz é um programa governamental, uma lei que exige que empresas com mais de sete colaboradores contratem um jovem aprendiz, que está no Ensino Médio, não tem experiência e ainda não está em uma faculdade. Hoje, somos responsáveis por 80 mil jovens aprendizes por ano, que entram no mercado de trabalho via CIEE. E temos também os programas de estágios, com cerca de 180 mil jovens que são estagiários por intermédio do CIEE.

Rodrigo Dib, superintendente institucional e de inovação do CIEE (Divulgação)

E qual é o perfil das empresas que contratam esses jovens?
O CIEE está hoje no Brasil inteiro, com 2.300 colaboradores. São mais de 27 mil empresas que contratam com o CIEE. O CIEE é um case único, porque é uma organização do terceiro setor, mas não vive de doação e sim através do serviço que presta para as empresas, que pagam uma retribuição. Eu trabalhei com branding parte da minha trajetória, com o Instituto Ayrton Senna, por exemplo, e o CIEE para mim é um case de marca que poucas vezes eu vi. A gente consegue quase R$ 200 milhões de retorno em mídia espontânea. O CIEE tem muita vaga e consegue ser responsável por quase 300 mil intermediações de empregos diretos. Na última Expo CIEE, maior feira da América Latina para falar de mercado de trabalho, reunimos 48 mil pessoas. Assim como tudo o que a gente faz para os jovens, o evento é gratuito. E as marcas patrocinam a feira porque querem se relacionar com os jovens. O Banco do Brasil, por exemplo, estava com um stand na feira e bateu todas as metas que tinha de abertura de contas no evento.

Como é a estrutura de marketing do CIEE?
Temos um time interno com 50 pessoas, divididas entre design, imprensa, criação e projetos. O CIEE investe em projetos sociais de vulnerabilidade cerca de R$ 12 milhões por ano. Hoje eu lidero toda a parte institucional, comunicação, marketing e inovação. Abrimos no ano passado um centro de inovação para pegar as tendências de fora e aplicar aqui.  Neste ano, vamos lançar uma ferramenta de inteligência artificial em que as empresas poderão recrutar os jovens por meio da IA, por exemplo.

Leia a entrevista completa na edição do propmark de 27 de janeiro de 2025