Estudo mostra maior intenção de compra entre consumidores de baixa renda e quebra estereótipos sobre canais digitais
Uma pesquisa realizada pela Data-Makers, com apoio da ONG Gerando Falcões e da ESPM, revela que 59% dos consumidores das classes D e E pretendem aumentar seus gastos em 2025. O índice supera a média da população (57%) e é o mais alto entre todas as faixas de renda analisadas.
O estudo, intitulado ‘Brasil Invisível: Insights sobre o consumidor de baixa renda’, foi lançado nesta segunda-feira (2) e traça um perfil de consumo que contraria estigmas associados às camadas mais populares. Apenas 6% dos entrevistados afirmam que devem reduzir os gastos neste ano.
“O público de baixa renda mostra claro apetite de consumo e plena autonomia digital”, afirma Fabrício Fudissaku, CEO da Data-Makers.
Para ele, a pesquisa também derruba o mito da dependência de canais físicos por parte desses consumidores: 49% preferem o celular como meio de compra, superando a média nacional de 46%.
O levantamento ouviu 2.465 pessoas entre abril e maio deste ano, sendo que 1.331 delas pertenciam às classes D e E, segundo a metodologia da ABEP (quem recebe até dois salários mínimos). A amostragem contempla todas as regiões do país e apenas maiores de 18 anos.
Além do consumo, a pesquisa aponta forte presença digital. Entre as classes D e E, 91% acessam a internet diariamente e são ativos em redes como Instagram (77%), Facebook (71%), TikTok (50%) e YouTube (70%). A TV aberta segue relevante, sendo assistida por 65% desse público.
Outro destaque é o engajamento com causas sociais, ambientais e éticas. O levantamento mostra que valores como direitos dos idosos (88%), inclusão de pessoas com deficiência (87%) e sustentabilidade (79%) são amplamente valorizados, superando, em alguns casos, o comprometimento de classes mais altas.
“O estudo mostra que o público de baixa renda é moderno, conectado, influente e aberto ao consumo”, afirma Sérgio Rocha, CMO da Gerando Falcões. “Pesquisas já indicam que as favelas brasileiras movimentam mais de R$ 200 bilhões por ano, mas esses consumidores ainda são invisíveis para muitas marcas.”
(Crédito: Foto de Freepik)