Evento em São Paulo reuniu lideranças indígenas e executivos e reforçou preparação do setor privado para a COP30
A Copastur, em parceria com o Lufthansa Group, promoveu na última terça-feira (16), em São Paulo, o C+ Future ESG, encontro que conectou temas de ancestralidade, inovação e governança para discutir o papel das empresas na agenda socioambiental.
A iniciativa ocorre em um momento de preparação para a COP30, marcada para novembro deste ano, em Belém do Pará.
Com painéis, talks e apresentações, o evento trouxe perspectivas sobre como o setor privado pode alinhar práticas a um futuro mais sustentável e inclusivo.
“O planeta vai sobreviver com ou sem humanos. Se quisermos continuar existindo juntos, precisamos fazer alguma coisa”, afirmou Edmar Mendoza, CEO da Copastur, na abertura.

Entre os debates, Annette Taeuber, diretora-geral da Lufthansa e SWISS no Brasil, destacou que a companhia foi a primeira aérea global a adotar metas climáticas certificadas pela Science Based Targets. Já Juan Domingues, do Sistema B, defendeu a colaboração empresarial como chave para gerar impacto positivo, enquanto Elaine Dantas, CHRO da Copastur, ressaltou que “o ESG deixou de ser um diferencial para se tornar um requisito estratégico de negócios”.
A pauta indígena foi conduzida por Jennyfer e Naiá Tupinambá, que lembraram a importância da demarcação de territórios e do papel do turismo sustentável.
“Somos apenas 5% da população mundial, mas protegemos 80% da biodiversidade do planeta”, disse Naiá.

O evento também contou com fala de Jessica Paula, fundadora do Passaporte Acessível, sobre a inclusão de pessoas com deficiência na agenda ESG, e de Christiane Bedini, que abordou a governança como elo essencial da sustentabilidade corporativa.
Entre as iniciativas apresentadas, a Copastur anunciou a metodologia Green Travel, que mede e compensa as emissões de carbono de viagens corporativas. Já a Lufthansa destacou suas tarifas Green Fares, que incluem combustíveis sustentáveis (SAF) em voos curtos e intercontinentais, além da tecnologia Aeroshark, que reduz emissões em aeronaves.
Encerrando as atividades, os convidados participaram de networking acompanhado por coquetel inspirado na Amazônia. Para Naiá Tupinambá, a conferência de Belém será histórica: “A COP30 deve ter a maior participação dos povos indígenas, colocando a Amazônia no centro da decisão climática mundial”.