1. Ainda sob os efeitos de um ano que tinha tudo para ser bom, mas que não passa de razoável e mesmo assim não para todos os players, o mercado publicitário brasileiro torce para que haja mudanças radicais na política econômica do país, já a partir do início do próximo período presidencial, seja quem for o vencedor.
É ponto pacífico que já vivemos uma recessão técnica e, sob a ameaça do crescimento da inflação, tudo tende a piorar, trazendo consequências nem todas previsíveis para a saúde da moeda e seus investimentos.
Se a crise internacional, hoje mais controlada, colaborou para o início desta fase indesejável para a economia brasileira, a inércia oficial diante desses efeitos só fez aumentar sua abrangência.
Some-se a isso os escândalos de uma corrupção incalculável em vários setores das atividades estatais e o desgaste sempre presente nas campanhas eleitorais das duas últimas décadas, para termos um quadro nada animador com vistas para o futuro breve da nossa economia.
Já se fala em um 2015 difícil para todos os setores, devido à reconstrução que deve ser forçosamente operada nos meios econômicos, sem que se saiba ao certo, até aqui, o que ela vem a ser. Os candidatos finalistas que concorrem ao Planalto no 2º turno, disputam campanhas pífias, onde impera o baixo nível, o confronto meramente pessoal despido da apresentação de ideias e projetos que podem no mínimo prometer dias melhores ao povo brasileiro.
Entenda-se por povo todos os 202 milhões de habitantes, sem exclusão de determinados grupos, o que não parece ser a tônica dos debates entre os candidatos.
Sétima economia mundial, o Brasil merecia candidatos melhor preparados, com alto nível de preocupação com o país e principalmente tendo em vista a cadeira que disputam, a mais importante de todos os postos públicos da nação.
Em alguns momentos desses debates e da apresentação do que os protagonistas consideram “programas de governo”, tem-se a impressão de que disputam a presidência de um clube de futebol da terceira divisão.
O nível dos temas apresentados é na maioria das vezes insignificante diante da grandiosidade do cargo pretendido. Fica nos eleitores mais velhos, que tiveram a oportunidade de assistir em épocas passadas a grandes talentos debatendo, uma imensa saudade desse tempo que se desfez, dando lugar a pretendentes desqualificados inclusive para disputar responsabilidades de menor expressão.
2. No próximo dia 4 de novembro, será realizado em São Paulo o GA Summit’14, que em 2013 serviu de palco para a divulgação dos bastidores dos grandes vencedores dos principais festivais internacionais de criação publicitária.
Outra atração do evento anterior foi a apresentação sobre a agenda oculta: o brief por detrás do briefing.
No evento de novembro, o foco se fixará no lado empreendedor do atendimento, com palestras sobre o cenário econômico e de conteúdo inspirador destinado a motivar os profissionais do setor a uma postura sempre mais empreendedora.
Os responsáveis pelo Summit’14 informam que, dentre outros, serão apresentados e debatidos os cases CNA, Nivea, Kombi e Harvey Nichols.
3. O Estadão apresentou ao mercado na última semana o Prêmio Desafio Estadão, que destacará agências e anunciantes com melhor campanha multiplataforma nas categorias Mercado Imobiliário, Varejo, Indústria, Serviços e Branded Content. Será eleito também o Mídia do Ano (veja matéria nesta edição).
4. Demonstrando preocupação com a mobilidade urbana em São Paulo, a Prefeitura paulistana poderia cuidar da reforma das placas sinalizadoras dos logradouros públicos (ruas, avenidas, praças, etc.), em falta absoluta na cidade, gerando dificuldades à população para a sua localização.
No mesmo plano de cuidados, não custa encaixar um item sobre a numeração dos imóveis (públicos e privados), hoje em grande parte (e de forma incompreensível) ausente dos mesmos.
Para esse fim, não é preciso muito dinheiro. Basta imaginação e boa vontade.
5. Nosso colaborador bissexto Humberto Mendes, VP executivo da Fenapro, assina o texto que segue: “Eu tinha um sonho – Quando entrei na Fenapro, trazia gravados na mente os bons costumes adquiridos num tempo em que atuei como superintendente da Abap, ao lado de Caio Domingues, Roberto Duailibi, Oswaldo Mendes, Julio Ribeiro e outros, que com seus exemplos de amor ao ofício publicitário e consciência profissional, ajudaram a fazer daquela associação de agências uma grande entidade. Com eles aprendi a cultivar o amor que tenho pela propaganda, tanto que vivo pregando isso aos quatro ventos, a ponto de ser considerado o mais quixotesco dos publicitários deste país. Um apodo que não me incomoda absolutamente, porque tenho pela figura de Quixote um profundo respeito, já que ele acreditava em tudo por que lutava. Para a Fenapro, além das coisas que aprendi com esses profissionais, trouxe também um sonho.
Queria ver na entidade um grupo formado por respeitáveis nomes da propaganda brasileira, compondo um Conselho Consultivo capaz de pensar e somar com os dirigentes, alternativas e soluções para os problemas que afligem a atividade publicitária em todo o Brasil. Meu sonho acaba de se realizar com a posse desse Conselho na última semana na Fenapro”.
6. O propmark aproxima-se dos seus 50 anos de atividades ininterruptas. A data da comemoração é 21 de maio de 2015.
*Este editorial foi publicado na edição impressa do propmark nº 2520, de 20 de outubro de 2014