Já o dissemos aqui anteriormente, nos primeiros meses do novo governo da República, conduzido por Jair Bolsonaro, eleito presidente de forma então legítima e incontestável, embora desagradando os eleitores que optaram por outros candidatos no primeiro turno e pelo seu concorrente direto no segundo.

E por que o registro do ensinamento que dá título a este editorial? Porque, para azar do novo presidente e em consequência para azar nosso, S. Exa. mostrou-se e prossegue demonstrando ser avesso aos órgãos do governo federal usarem das legítimas práticas publicitárias, que têm feito outros governos, de outros países, sagrarem-se campeões de apoio e audiência por parte dos respectivos públicos que governam.

Aqui mesmo, em nosso país, sempre tivemos presidentes da República dando-se bem com as práticas publicitárias, porque aprenderam isso ainda em campanha e alguns até muito antes disso. Até que um dia surge Jair Bolsonaro sendo eleito e desprezando a força da boa propaganda que toda grande entidade deve veicular para mostrar aos seus comandados o que de bom está sendo feito em todos os setores da administração, seja pública, seja privada.

Bolsonaro é avesso a isso e comete um engano terrível, pagando alto preço por esse seu desprezo à boa comunicação com o público. Não queremos e não podemos afirmar aqui que, se usasse do ferramental publicitário com maior frequência e qualidade, estaria com a sua reeleição garantida nas próximas eleições presidenciais.

Mas seria fortemente ajudado por ele, desde que, evidentemente, tivesse o que dizer aos milhões de brasileiros que o elegeram e até aos demais milhões que nele não votaram para a Presidência da República.

Como um gladiador, em tempos que já não mais aos gladiadores pertencem, ele prefere o corpo a corpo, os ataques pessoais (dele) a quem o hostiliza e assim acaba se desmerecendo e penetrando por caminhos de difícil retorno, pois sozinho ou junto a um reduzido grupo de acompanhantes, pouco poderá fazer para convencer a grande população brasileira das partes boas e até saudáveis da sua administração.

Na relutância de anunciar as grandes obras que o seu governo constrói – como todo governo – ele se perde em brigas de rua, produzindo ressonâncias negativas ao pouco de bom que poderia mostrar a todo o país, produzido pelo seu governo.

Se ainda quiser melhorar seus índices de aprovação pela opinião pública, recomendamos a S. Exa. consultar o que fizeram os governos federais que o antecederam, no particular com a utilização em larga escala do ferramental publicitário, que atinge mais facilmente grande quantidade de eleitores, que acabam em sua grande maioria por se convencer de que teríamos um governo realizador, mais preocupado com as boas batalhas, do que com as brigas de rua que S. Exa. parece preferir, lembrando talvez seus tempos de menino, quando não levava desaforos para casa.

Pensar assim não é pensar como a maior autoridade do país, principalmente quando se pretende a reeleição. Há que se ter sabedoria e experiência para a tentativa de uma reeleição, o que parece faltar em grande escala ao presidente Bolsonaro.

Com o seu jeito brigão, desafiador, espanta a maioria dos eleitores e só agrada – se é que agrada – aos que pensam como ele, hoje em números cada vez menores, espalhados pelo país, porque o tempo das diligências já acabou.

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Nosso colaborador de muitos anos, Francisco Madia de Souza, envia-nos por e-mail, uma circular com suas opiniões e desejos de termos uma verdadeira Academia de Marketing, “mais robusta e atuante quando completar seus primeiros 20 anos”.

Eis aí um bom exemplo para Bolsonaro, de quem não apenas sonha, mas realiza, granjeando com isso incomensurável admiração e apoio da comunidade de marketing no Brasil.

Ainda nestes últimos dias, lança mais um dos seus já muitos livros sobre marketing, desta feita com um título reverencial a um dos seus ídolos do setor, Peter Drucker forever Drucker, com um selo de capa de sua (Madia) produção: “Com carinho, ao adorado mestre, criador da administração moderna e de sua ideologia, o Marketing”.

Os primeiros exemplares do livro já estão sendo distribuídos às livrarias e já enviados a amigos da Academia e jornalistas que cobrem o setor. O autor está se transformando no Peter Drucker brasileiro, se é que a ele já não se igualou, sem exagero de nossa parte.

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Especial TV
O PROPMARK apresenta nesta edição o Especial TV, que retrata principalmente como a transformação digital repercute de forma sintomática e propõe nova cena para a televisão. Pesquisa conduzida pela Harris Interactive lista três pontos para o futuro do negócio: predominância da CTV (TV conectada) em relação ao modelo padrão; telespectadores preferem streaming, tanto para conteúdo como publicidade; e alta receptividade à publicidade em plataformas Avod. A história do streaming é tão impressionante que a receita líquida de R$ 12.523 milhões alcançada pela Globo em 2020 veio com a ajuda da plataforma Globoplay, que registrou um aumento de 73% na sua base de assinantes. O Especial TV traz matérias sobre estratégias dos principais canais de TV no país diante desse novo cenário, como o SBT, que completa 40 anos, centrado em investimentos no conteúdo esportivo e distribuição multiplataforma.

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Surfe e skate
Um dos destaques desta edição é matéria sobre a importância do investimento de marcas para a evolução do surfe e skate, esportes que garantiram as primeiras vitórias do Brasil nos Jogos de Tóquio 2020, mas que antigamente eram vistos como “coisa de quem não quer nada com a vida”. Estima-se que o surfe movimente R$ 7 bilhões ao ano e tenha 54 milhões de pessoas acima dos 18 anos interessadas no estilo de vida do esporte.

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Alerta de entidades
A Fenapro (Federação Nacional das Agências de Propaganda), a Abap (Associação Brasileira de Agências de Publicidade) e a Abradi (Associação Brasileira de Agentes Digitais) alertam o mercado sobre o impacto que o excesso de demandas por parte dos clientes está causando sobre as equipes das agências. As entidades afirmam que os pedidos são feitos com “prazos exíguos e inviáveis, fora do horário útil, destacadamente a partir da pandemia”.