Levantamento da Digital Favela, Data Favela e Youpix revelou que só 12% dos criadores possuem parceiros de trabalho em grandes empresas

Nove em cada 10 criadores de conteúdo da favela ainda enxergam ser menos remunerados pelas empresas, em comparação aos influenciadores de fora das favelas. Esse é um dos dados apresentados pela pesquisa "Creators de Favela", realizado pelo Digital Favela em parceria com Data Favela e Youpix.

O levantamento também apontou que 71% dos criadores dizem que ao menos parte de sua renda vem da atividade como influenciador digital, mas para apenas 20% essa é sua principal fonte de renda e 68% avaliam o atual retorno financeiro da atividade como ruim.

"Precisamos entender que as dificuldades dos influenciadores da favela vão além do dia a dia do trabalho, já que também precisam enfrentar o preconceito", afirmou Renato Meirelles, fundador do Data Favela.

Além disso, a pesquisa ainda mostrou que 64% deles têm muita dificuldade em conseguir abertura com novas marcas e parceiros e 58% afirmaram que encontram obstáculo para crescer dentro das plataformas. Outro dado apresentado pelo estudo é que oito em cada 10 influenciadores já fecharam ou topariam fechar algum trabalho muito abaixo do valor pedido.

Diante das dificuldades enfrentadas, 39% dos creators e influencers têm nas empresas e empreendedores da própria favela os principais parceiros de trabalho, enquanto 25% encontram oportunidade fora, 24% em agências de publicidade e apenas 12% em grandes empresas, como multinacionais.

"A favela é uma fonte incrível de criatividade, além de ser uma das maiores potências de consumo de todo o País. Valorizar os influenciadores periféricos e, principalmente, saber trabalhar em parceria com eles pode gerar oportunidades e resultados incríveis para uma série de marcas de diferentes segmentos", completou Guilherme Pierri, coCEO da Digital Favela ao lado de Celso Athayde.