Especialistas destacam que as pessoas devem se relacionar com outras de idades e backgrounds variados para o crescimento pessoal e profissional

Como navegar em um mercado de trabalho em que quatro gerações (Baby boomers, X, Y e Z) convivem ao mesmo tempo? O recado dado no painel ‘The Multigenerational Workplace: Age Diversity in Modern Communities’ foi claro: se conecte com pessoas de idades e backgrounds diferentes. Você sempre vai aprender algo com alguém mais velho ou mais novo.

“Eu nasci no subúrbio da Califórnia e morava numa rua com 20 casas de cada lado da rua. Meu pai me chamava pelo assobio. Eu conhecia todos os vizinhos e sabia o nome de cada um deles. Estive em todas as casas. Eu sinto falta disso. Hoje em dia quantos de vocês conhecem os seus vizinhos? É muito importante fazer parte de uma comunidade, de diferentes lugares, idades e fazer conexões com as pessoas”, destacou Thom Singer, CEO do Austin Technology Council, que promove e apoia a comunidade de tecnologia na cidade, um dos principais polos tecnológicos dos Estados Unidos.

A apresentação realizada no sexto dia de programação do South by Southwest (SXSW), em Austin, nesta quarta-feira (12), contou também com a presença de Yj Lin, da Dell for Startups. “Eu tenho 58 anos e Lin está na casa dos 30, e nos conectamos. Os estudos mostram que uma empresa tem mais sucesso quando reúne profissionais diversos, de diferentes backgrounds, idades e lugares. Ninguém fala muito sobre cross generation. É engraçado, mas em geral as gerações não se misturam, as pessoas estão sempre em grupos com gente da mesma idade”, observou Singer.

O especialista aconselha os jovens a se conectarem mais com profissionais de 50 e 60 anos e vice-versa. “Os mais velhos não são obsoletos. E quem tem mais de 50 anos também deve se conectar com gente de 20 e 30 anos”. Para ele, esse conceito de que só os mais novos aprendem com os mais velhos está ultrapassado. “Os mais velhos também aprendem muito com os mais novos. Tenha encontros com pessoas diferentes de você”.

Yj Lin, da Dell for Startups, e Thom Singer, CEO do Austin Technology Council

Fazer mentorias para navegar melhor no mercado de trabalho foi outro ponto bastante destacado pelos painelistas. Yj reforçou que a mentoria mudou a sua vida profissional e pessoal. “As mentorias me ajudaram tanto na minha carreira como também a conviver melhor com a minha família, amigos e vizinhos. Por causa do meu mentor comecei a me conectar e me relacionar com as pessoas certas no mercado de tecnologia como Thom”, disse ele.

Singer ressaltou que os profissionais não devem se intimidar em fazer perguntas. “Quando as pessoas começam a envelhecer, gostam quando outros pedem a sua opinião. Os mentores, muitas vezes, se tornam seus amigos”.

O CEO do Austin Technology Council reforçou o conceito de que cada pessoa é diferente da outra e sempre temos algo a aprender com o outro. O seu conselho é que as pessoas circulem, se mostrem disponíveis, procurem as pessoas, façam perguntas, networking e aprendam. Como provocação final, Singer desafiou a audiência a almoçar ou sair para um happy hour com alguém mais velho ou mais novo na próxima semana e tornar isso um hábito regular.

Lin finalizou o painel destacando que quanto maior e mais diversa for a comunidade com a qual nos relacionamos, mais longas, bem-sucedidas e felizes serão as nossas vidas.