Pesquisa 'Brasil plural' foi apresentada em evento realizado nesta quinta-feira (4)
O vício de contemplar apenas marcas oriundas no eixo Rio-São Paulo encobre oportunidades de marketing latentes no restante do país. O alerta está no estudo ‘Brasil plural’, desenvolvido pela consultoria Troiano Branding a pedido do Cenp (Fórum de Autorregulação do Mercado Publicitário). A pesquisa foi apresentada nesta quinta-feira (4) em evento no Hotel Tivoli Mofarrej, em São Paulo.
O levantamento mapeou 370 marcas. Desse total, 177 são nacionais (presentes em até sete estados) e 193 locais (atuantes em até seis localidades) - todas, porém, com matriz em seu lugar de origem. Elas estão baseadas em 11 estados que, se somados, representam 45% da riqueza nacional. O levantamento exclui São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.

Juntas, essas empresas movimentam mais de R$ 1,34 trilhão — o equivalente a cerca de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) do país. A empresa de agronegócio Amaggi, de Mato Grosso; a indústria de laticínios Piracanjuba, de Goiás; a Petronac Combustíveis, de Pernambuco; e a locadora de carros Localiza, de Minas Gerais, estão entre os 22 destaques da lista. “Mapeamos as principais marcas locais sem olhar contaminado”, esclarece Jaime Troiano, fundador e presidente do conselho da Troiano Branding.
O levantamento utilizou a metodologia de neurociência Zmet (Zaltman Metaphor Elicitation Technique) para avaliar também conexões culturais e vínculos afetivos. Orgulho, oportunidade, cuidado, nostalgia, intimidade e laços familiares foram as percepções extraídas do grupo de marcas locais. Entre as nacionais, foram citados poder, status, atualização, ritmo e conexão com o mundo.
As conclusões do estudo apontam que cada marca, seja nacional ou local, tem o seu espaço; o local não deve ser transformado em estereótipo nacional; linguagens e espaços de valor devem ser respeitados; a regionalidade precisa ser considerada; e rotas de expansão devem ponderar o crescimento “para dentro”, posicionando história e essência local como diferenciais, ou “para fora”, mostrando força e potência para competir.