Proposta da agência é ser boutique criativa pautada por criatividade estratégica; primeiro projeto é para o Santander

Fernanda Antonelli e Eduardo Lima, ex-executivos da Wieden+Kennedy São  Paulo, abrem uma unidade da  rede de origem espanhola independente Cyranos no Brasil. Com o nome f+e/cyranos, os dois publicitários se uniram em sociedade ao fundador da rede, o criativo Leandro Raposo, que iniciou a Cyranos em 2012 e hoje já conta com bases em Barcelona, Madri e Buenos Aires, e cerca de 60 colaboradores.

Ex-diretora-geral e ex-diretor-executivo de criação da W+K SP, Antonelli e Lima estavam há um ano afastados do mercado publicitário, quando deixaram a agência em setembro de 2021 após a crise com a repercussão negativa de filme desenvolvido pela W+K para o Festival do Clube de Criação, que culminou com a saída dos executivos e também de Renato Simões, que formavam a trinca de liderança na época.

“Ocorreu uma falha no sistema. Erros acontecem, mas não configuram ou resumem quem se é. É preciso transformá-los em aprendizado, e reafirmação de crenças, como a de que líderes devem assumir responsabilidades e defender sua equipe”, declararam Antonelli e Lima sobre o episódio. Segundo eles, nesse intervalo, “cultivaram a vida intelectual, cultural, familiar e pessoal e, desde o início do ano, se dedicaram à construção da f+e/cyranos”.

Como sócios majoritários da f+e/cyranos, a proposta de Fernanda Antonelli (CEO) e Edu Lima (CCO) é a de criar trabalhos que sejam menos interrupção e mais entretenimento. “Ser uma boutique criativa pautada pela criatividade estratégica e por relações mais horizontais e propositivas”.

A agência começa a operação com um cliente inaugural, o Santander, e conversas  com outras marcas, “mas nada que possa ser comunicado neste momento”. Além disso, está contribuindo em trabalhos internacionais para Coca-Cola e Unilever. “A relação da agência com o resto da rede será de camaradagem e companheirismo, pautada por admiração intelectual e o respeito mútuo”.

Antonelli e Lima: proposta da agência é ser uma boutique criativa (Divulgação)

Sobre os modelos de remuneração, a ideia é que o modelo seja pensado caso a caso, sempre tendo como referência o valor justo por um trabalho estrategicamente criativo e de alto cuidado com o craft.

“Depois de ocuparmos individualmente posições de liderança em outras agências e, mais recentemente, lado a lado, tanto eu quanto o Edu tínhamos a inquietude sobre qual o próximo passo a ser dado em nossas carreiras. Sabíamos que não queríamos revisitar trilhas já percorridas, e seguros do desejo de fazer parte do que está por vir. Trabalhei com o Leandro Raposo, criativo mundialmente reconhecido e fundador da Cyranos, quando vivi em Buenos Aires. Nos reencontramos e identificamos a confluência de timing e de nossas ambições profissionais. Contar com o Edu Lima e o Leandro Raposo juntos, um na Europa e outro aqui, é poder oferecer aos clientes o que há de melhor no mundo em termos criativos”, afirma Fernanda Antonelli, que já trabalhou também nas agências AlmapBBDO e JWT.

Criativo premiado, Edu Lima teve uma longa passagem pela F/Nazca S&S, onde, ao lado de Fabio Fernandes, conquistou o único Grand Prix de Film do Brasil no Cannes Lions. “Sempre persegui trabalhos criativos e estratégicos para cada marca com a qual trabalhei. Sempre procurei estar ao lado de pessoas com o mesmo ideal. Nessa nova fase, não será diferente. Acredito que o novo é mais estimulante do que o passado. A nossa luta será por menos interrupção e mais entretenimento. A publicidade não está morta. O que está morto é ser invasivo. A verdade é que existe um lugar onde todo mundo se sente seguro. O nome dele é lugar-comum. E não existe pior lugar para uma marca estar hoje do que no lugar-comum”.