Estudo analisou 246,5 milhões de buscas e 22,6 milhões de menções para identificar oportunidades no país

A FutureBrand São Paulo lançou a edição 2025 do estudo ‘Tá Quente, Brasil!’, produzido em parceria com a Timelens. O mapeamento analisou 246,5 milhões de buscas no Google, 2,9 milhões de perfis em redes sociais, 22,6 milhões de menções e mais de mil sinais comportamentais para identificar movimentos que moldam atitudes e expectativas dos brasileiros.

“Mais do que medir o que é relevante, o material apresenta oportunidades para impulsionar negócios país afora, a partir da interpretação estratégica de informações, análise comportamental e mapeamento de sinais criativos”, afirma Ewerton Mokarzel, CEO da FutureBrand.

O estudo organiza as tendências em quatro contradições centrais:

Brasil Global x Brasil Local

A pesquisa aponta a retomada da brasilidade como ativo cultural, com referências regionais ganhando força dentro e fora do país — da série Senna à ascensão criativa de polos do Norte e Nordeste.

“Ao abraçar a latinidade presente no Brasil, do bregafunk ao reggaeton, da moda à gastronomia, as marcas podem criar conexões relevantes com o público local e até mesmo ampliar seu alcance na América do Sul”, diz Estela Brunhara, diretora de consumer behavior da FutureBrand São Paulo.

Brasil da Esperança x Brasil do Desespero

Ecoansiedade, busca por espiritualidade e consumo de conteúdos ligados aapostas e coaches convivem no mesmo cenário.

"Em cenários de incerteza, as marcas podem assumir um papel transformador ao oferecer segurança simbólica e esperança, valorizando repertórios emocionais coletivos, da fé às festas populares", reforça Leonardo Fioretti, líder de pesquisa qualitativa do time de Consumer Behavior da FutureBrand.

Ele reforça a importância de autonomia real: “Diante da promessa da riqueza fácil, as marcas ganham espaço ao incentivar educação financeira, empreendedorismo periférico e geração de renda sustentável”.

Brasil dos Afetos x Brasil dos Desafetos

O estudo identifica novas formas de vínculo, maior abertura a arranjos familiares diversos e centralidade do bem-estar.

“Há grande oportunidade para marcas promoverem encontros, reconexões e pertencimento, seja em experiências físicas, espaços digitais ou comunidades que fortaleçam vínculos afetivos. Outro ponto que observamos é que o bem-estar ganhou destaque, e à medida que a saúde mental se torna prioridade, é comum ver que os consumidores preferem produtos de empresas que democratizam o bem-estar e acolhem necessidades reais”, analisa Estela.

Brasil Público x Brasil Privado

A fronteira entre vida pública e privada se torna mais fluida, com superexposição coexistindo com demanda por privacidade e comunidades de nicho.

“As marcas podem investir em comunidades de nicho para engajamento a fim de direcionar seus discursos, reconhecer identidades e escutar seus públicos para criar conexões legítimas e duradouras”, finaliza Fioretti.

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