As gerações Z e Y (jovens de 18 a 32 anos) buscam segurança, mobilidade e conectividade, nesta ordem. Essa é uma das conclusões do estudo “Jovens Transformadores”, feito pelo Centro de Inteligência Padrão (CIP), em parceria com a MindMiners, empresa especializada em soluções digitais de pesquisa. Foram entrevistados 1,2 mil jovens durante abril em todo o Brasil.
Sobre a importância de possuir determinado bem, casa (94%) e planos de saúde (87%) são apontados como importantes. No quesito mobilidade, 90% citaram o smartphone como muito importante, seguido pelo notebook (79%) e carro (74%).
Entre os jovens até 25 anos há os nativos digitais, mas o uso da internet acontece como mídia e em efeito de rede, principalmente pelo consumo de vídeos e de opiniões de parentes e amigos na tomada de decisões. No entanto, 47% utilizam internet banking, mas 35% não utilizam o celular para transações financeiras e 39% não se sentem confortáveis em disponibilizar os dados pessoais de cartão de crédito no e-commerce.
Danielle Almeida, gerente de marketing da MindMiners, diz que é preciso considerar que a geração Y é composta por jovens que alcançaram uma vida adulta tardiamente e que a geração Z ainda é muito dependente de seus pais e responsáveis. “Por isso, seu comportamento no que se refere a compras e relacionamento com bancos precisa ser avaliado com cautela. A geração Y viveu a transformação digital, mas a geração Z já nasceu nesse mundo. Acredito que eles promoverão muitas mudanças nesse sentido”, afirma.
Tecnológicos, mas nem tanto
Um total de 48% dos entrevistados admite que o tempo que passam na internet é excessivo. A maioria não usa aplicativos de relacionamento, não tem o hábito de postar imagens e textos sobre a vida pessoal (48%) e preferem ler um livro impresso (65%) a um livro digital. Na hora de uma compra, 56% são influenciados por consumidores reais e apenas 8% pelos influenciadores digitais.
Durante o consumo, 61% prefere consultar o celular ao vendedor da loja. Mesmo sabendo que vão adquirir o produto na loja, 79% pesquisam em sites e redes sociais e 75% busca serviços que facilitem e agilizem o ato da compra. Bolsas, sapatos e acessórios de grifes internacionais não são importante para 65%, e relógios de luxo e joias para 74%.
Entre os entrevistas, muitos disseram que raramente ou nunca compram online itens como refeição pronta (64%), remédios (74%) e passagens aéreas (64%). Sobre ter a ajuda de assistentes pessoais, 46% informaram que não se sentem confortáveis em comprar por meio deles, 50% preferem falar com atendentes por telefone, 26% por e-mail e 24% se mostrou indiferente.
Um futuro compartilhado
Para 70% dos entrevistados, a indústria da economia compartilhada está gerando impacto positivo no mundo. Praticidade/facilidade e custo/benefício são as principais razões que motivam o compartilhamento de produtos e serviços (78%).
Eles acreditam que no futuro as pessoas irão consumir muito menos e compartilhar muito mais (56%) e que mobilidade/transporte (69%), alimentação (53%) e espaços de coworking (50%) estão entre as preferências para o compartilhamento.
“Os espaços compartilhados têm crescido muito junto à proposta de troca, de otimização de custos. As vendas de carro para jovens também caíram e os aplicativos estouraram. Essas duas gerações entendem e compartilham do novo conceito de mobilidade. Os jovens querem ter formas de se deslocar pela cidade, de forma inteligente para ganhar tempo, proteger o meio ambiente e melhorar sua qualidade de vida”, comenta Danielle.
Segundo Jacques Meir, diretor executivo de Conhecimento do CIP, essas duas gerações apresentam contradições em sua gênese. “Elas têm uma vontade de mudança latente, mas estão muito sem esperança e descrentes do futuro”, afirma.
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