As 117 afiliadas e as cinco emissoras próprias da Rede Globo de Televisão apresentaram 112 projetos na 14ª edição da Feira de Projetos Regionais, evento que reuniu na segunda-feira (23) e terça (24), em São Paulo, mais de 800 profissionais de agências e anunciantes. A principal discussão não foi o volume de negócios, em torno de R$ 40 milhões, mas a eficácia regional o planejamento de mídia.

Ricardo Sturaro, da Central Globo de Marketing, explicou que, como o acesso a pesquisas é muito limitado às grandes agências, foi produzido o documento “Informações de mercado 2010” que reúne dados como a previsão de consumo para todo o País em 2010 de R$ 2,155 trilhões, o maior deles, de R$ 1,143 trilhão, para os 81,3 milhões de habitantes da região sudeste. O valor é 165,4% superior ao ano 2000, quando foram contabilizados R$ 430,7 bilhões. A análise global mostra que R$ 315,3 bilhões serão gastos neste ano no sudeste em manutenção do lar e R$ 141,8 bilhões em alimentação domiciliar, os principais de toda a escala. O sudeste também destina R$ 36,8 bilhões para consumo de roupas e R$ 24,3 bilhões para o de eletrodomésticos. Os gastos com medicamentos chegam a R$ 26,6 bilhões. Para beber, o povo do sudeste reserva R$ 13,9 bilhões.

A região SP1, de onde sai a maior parte das autorizações de publicidade do mercado brasileiro, tem uma população total de 18,4 milhões e 5,8 milhões de domicílios equipados com TV, equivalente a 18,2 milhões telespectadores potenciais. O PIB (Produto Interno Bruto) na área é de R$ 491,7 bilhões com uma frota de 9,1 milhões de veículos automotivos, 3,1 mil agências bancárias, 880 mil empresas e uma divisão de 75% para serviços e 25% para a indústria.

No ranking de programas globais, a Grande São Paulo opta pela novela três, conhecida como novela das oito, com 38% de audiência domiciliar e share de 62%. O Big Brother Brasil é a segunda opção da região com 32% de audiência caseira e participação de 55%. A Grande Família é o 3º programa na escala também com 32% de audiência no lar e participação de 54%.  O estudo global, com base no IBGE, para dados socioeconômicos, e Ibope Media Workstation de 2009, para audiência, mostra que 52% do SP1 pertencem à classe C, 15% às D/E e 33% às A/B. Nesse universo, 60% são mulheres e 40% homens. A faixa etária da audiência revela que 29% têm mais de 50 anos, 25% de 35 a 49 anos, 16% de 16 a 34 anos e 10% de 18 a 24 anos. “São informações essenciais para um conhecimento básico das cidades do universo Globo”, justificou Sturaro.

O estado de São Paulo tem cidades cuja área de influência também ultrapassa fronteiras. É o caso de Campinas que tem cobertura em outras 11 cidades entre as quais Limeira, Paulínea e Piracicaba. O PIB é superior a 100 bilhões. O PIB per capita é superior a R$ 25 mil, o que comprova a pujança econômica do interior de São Paulo. No sudeste, o Rio de Janeiro se destaca entre as 12 cidades do Grande Rio cuja população chega a 11,7 milhões e um PIB de R$ 207,9 bilhões. São 3,9 milhões de lares com TV e mais de 11,6 milhões de telespectadores.

O PIB na região sul é de R$ 360,7 bilhões para uma população de 27,7 milhões. Comparado com o ano 2000, a evolução foi de 145% quando o volume era de R$ 147,2 bilhões. Os sulistas gastam R$ 88,1 bilhões em itens para o lar, o principal da sua composição de custos. As bebidas, com R$ 4,6 bilhões, é a última prioridade dos habitantes da região sul. O PIB de Porto Alegre é de R$ 85,6 bilhões, o de Curitiba de R$ 73,9 bilhões e o de Florianópolis de R$ 14,3 bilhões.

A previsão de consumo para os mais de 52 milhões de habitantes da região nordeste é de R$ 373,1 bilhões neste ano, 190,1% maior do que os R$ 128,6 bilhões de dez anos atrás. Recife e mais 11 cidades da sua área de influência tem cinco milhões de habitantes e um PIB de R$ 40 bilhões, uma frota de 996 milhões de veículos e 33 mil empresas de varejo.

Os dados reunidos pela Central Globo de Marketing mostram que no Centro-Oeste se prevê consumo de R$ 167,4 bilhões para um universo populacional de 13,9 milhões de pessoas, 192,7% superior em relação ao exercício fiscal do ano 2000.

Na região norte, cujo grande destaque nos eventos regionais é o Círio de Nazareth no próximo mês de outubro, tem uma população economicamente ativa de 14,7 milhões de pessoas e uma capacidade de consumo de R$ 110,6 bilhões, um crescimento de 198,2% em relação ao período de uma década.

Marcelo Assumpção, executivo que pilota a captação dos mais de R$ 8 bilhões de faturamento publicitário anual da Globo, que envolve uma equipe em todo o País com mais de 500 profissionais, acredita que a liderança de vendas e de audiência reflete o bom trabalho. “Muitas vezes a audiência é igual, mas o valor agregado faz a diferença. Vou fazer uma comparação: há uma corrida apenas para dois carros, uma Ferrari e um Fusca, com limite de velocidade para ambos. Para o telespectador, a Ferrari ganha porque chama mais a atenção. A qualificação da nossa audiência é comparável a um Ferarri”, disse Assumpção.

por Paulo Macedo