Lucas Feltes, CEO da WT.AG, revela que o conceito digital first foi o diferencial encontrado mesmo sendo uma operação 360º

Devido a sua diversidade cultural e econômica, fruto das influências de países europeus e asiáticos, além do acento nordestino que tempera suas matrizes, São Paulo abriga de tudo. Especialmente nos negócios. A publicidade não é exceção. A capital paulista lidera a divisão do bolo com 70% do share, incluindo a compra de mídia de outras praças.

A WT.AG buscou espaço na cidade em 2019, primeiro com a conta da plataforma Tudo pra Cabelo, da Unilever, depois com white label com a Aldeiah na conta do Bradesco. Atualmente com BYD, Liz Lingerie, Assistcard, Lello Condomínios, Lumy Construtora e Bet do Milhão, projeta crescimento.

Nas palavras do CEO Lucas Feltes, o conceito digital first, com foco em social, foi o diferencial encontrado mesmo sendo uma operação 360º. São mais de cem colaboradores atuando em Novo Hamburgo e na capital paulista.

Por que a WT.AG se identifica como agência digital first após um período usando o conceito brand performance?
Na verdade, sempre fomos. Nossa origem remonta a 2003, quando começamos como uma empresa especializada em criação e desenvolvimento de websites, o nome WT vem justamente de Webtrading. Isso mostra que nascemos no digital, em um momento em que poucos viam esse ambiente como estratégico para marcas. Com o passar dos anos, evoluímos junto com o mercado e com a velocidade da tecnologia. Incorporamos produção de conteúdo, inicialmente em blogs, depois em redes sociais, sempre buscando entender como as marcas poderiam se expressar, engajar e performar nesse novo território. Com essa evolução natural, nos tornamos uma agência 360º, mas sem perder nossa essência digital. Foi nesse momento que criamos o posicionamento brand performance. Essa abordagem fez ainda mais sentido durante a pandemia, quando muitas marcas passaram a enxergar o e-commerce próprio, o D2C e as plataformas digitais como seus principais canais de relacionamento e conversão.

E essa opção ocorreu devido à abertura de uma unidade em São Paulo?
Chegamos em 2019. E foi estratégica. Naquele momento, nossa carteira de clientes era fortemente concentrada no setor de moda, reflexo natural da localização no Sul do Brasil. Queríamos diversificar o portfólio, atuar com novos segmentos e estar mais próximos dos grandes centros de decisão do mercado publicitário. São Paulo foi o movimento certo na hora certa. A partir dali, conseguimos escalar a operação, expandir a atuação para beleza, finanças, tecnologia e serviços, e fortalecer nossa metodologia social first em um mercado mais competitivo e exigente. Hoje, cerca de 70% dos negócios da agência são gerados a partir de São Paulo, que se consolidou como nossa base principal, tanto em estrutura quanto em volume de entregas e oportunidades.

E a aplicação?
Trabalhamos com indicadores de performance muito claros, tanto nos canais digitais quanto nos pontos de contato tradicionais. E, mais do que impactar, buscamos gerar diálogo e relevância cultural para as marcas. Essa abordagem nos permite criar campanhas integradas e consistentes, com visão de marca e resultado e tem sido aplicada com sucesso para clientes como Liz Lingerie, Multiplan (Golden Lake, Barra Shopping Sul e ParkShopping Canoas), Lello Condomínios, NürnbergMesse Brasil, TQJ (Bet do Milhão), Lumy Incorporadora e Abicalçados.

Como tem sido o desafio de se estruturar na cidade que concentra 45% do investimento publicitário, mas chega a 70% com as autorizações de mídia de outras praças?
É um desafio e também uma grande oportunidade. São Paulo é onde as decisões acontecem, onde as marcas estão mais expostas à concorrência e onde a régua de exigência é mais alta. O resultado se reflete no nosso desempenho: crescemos, em média, 40% ao ano nos últimos três anos, impulsionados pela conquista de novas contas, pela ampliação de contratos existentes e, principalmente, pela capacidade de entregar resultado com criatividade e consistência.

Qual é o equilíbrio das duas operações?
Ele se reflete bem no nosso modelo híbrido e eficiente. A unidade de São Paulo já
responde por cerca de 70% do faturamento. Por outro lado, nossa estrutura operacional segue concentrada no Sul, onde mantemos uma sede própria e cerca de 70% do nosso time, formado por aproximadamente cem profissionais. Em outras palavras: pensamos nacionalmente, executamos com precisão e mantemos um modelo enxuto, competitivo e escalável.

Lucas Feltes, CEO da WT.AG (Divulgação)

Qual é a inspiração que Novo Hamburgo traz para o diálogo com as marcas que a agência atende em SP?
Estar em Novo Hamburgo nos dá uma perspectiva única e essa é uma das nossas maiores forças. A cidade nos oferece qualidade de vida, foco e profundidade criativa, o que impacta diretamente na consistência e no cuidado com cada entrega. Formamos um time que une técnica, visão estratégica e uma cultura colaborativa muito forte. Esse distanciamento geográfico do eixo Rio–São Paulo, na verdade, virou uma vantagem competitiva. Ele nos dá olhar crítico, repertório diverso e uma escuta mais apurada, características que trazemos para o diálogo com marcas nacionais e internacionais. Novo Hamburgo nos lembra todos os dias que a criatividade não tem CEP e que é possível construir uma agência de classe nacional com raízes regionais e visão global.

Quais são as oportunidades identificadas para a decisão de migrar para o mercado de São Paulo?
A ambição de crescer com propósito e da convicção de que temos muito a contribuir com o mercado nacional. Inclusive, há uma frase que está estampada nas paredes das nossas sedes e traduz bem esse movimento: “Sonhar pequeno dá o mesmo trabalho que sonhar grande”. Ao observar o cenário, identificamos oportunidades claras.

Leia a entrevista completa na edição do propmark de 30 de junho de 2025