Patrícia Muratori destaca frentes decisivas, como a profissionalização dos criadores e a consolidação do YouTube como potência de negócios
Com uma trajetória que acompanha a própria evolução da internet, o YouTube completa 20 anos em 2025. Só no Brasil, a plataforma reúne 144 milhões de usuários, segundo a Statista.
Na América Latina, a operação é liderada por Patrícia Muratori desde 2020, que destaca algumas frentes decisivas, como a profissionalização dos criadores e a consolidação do YouTube como potência de negócios.
Patrícia explica que os criadores “veem a plataforma como sua base principal, construindo seus negócios e empreendimentos externos a partir do sucesso que alcançaram na plataforma”.
Em seu ponto de vista, a longevidade da rede nessas duas décadas está ligada à democratização do acesso e da criação. “A missão central da plataforma sempre foi ‘dar a todos uma voz e mostrar-lhes o mundo’, atraindo gerações que querem assistir ao que quiserem”, define.
Com a rapidez que trends vem e vão na internet, qual foi o principal pilar para o YouTube se manter relevante por 20 anos?
O YouTube consolidou sua posição ao longo de 20 anos por aderir a um princípio fundamental: a democratização da criação e do consumo de conteúdo. A missão central da plataforma sempre foi “dar a todos uma voz e mostrar-lhes o mundo”, atraindo gerações que querem assistir ao que quiserem. A plataforma tem pilares que a diferenciam no mercado por priorizar a experiência em vídeo em todos os formatos e telas, se tornando o principal espaço para criadores e espectadores compartilharem suas ideias e paixões. Impulsionamos a profissão de criador, removendo barreiras tradicionais, mas também mantemos diretrizes claras que equilibram liberdade de expressão e segurança, investindo em políticas, equipes e tecnologia para remoção de conteúdos nocivos.
Como a plataforma impulsionou a profissionalização dos criadores?
O YouTube tem apoiado ativamente a profissionalização do mercado de criadores, permitindo que eles evoluam para empresas de produção. Nos últimos três anos, foram pagos 70 bilhões de dólares para criadores, artistas e empresas de mídia e música. Fomos pioneiros na divisão de receita com a introdução do Programa de Parcerias do YouTube (YPP). O valor total pago aos criadores cresceu anualmente por mais de uma década. Além da receita de anúncios, o YouTube introduziu novos produtos de monetização como Super Thanks, Super Chat, Super Stickers, Clubes dos Canais e o YouTube Shopping, que estamos expandindo para mercados estratégicos gradativamente.
Fale mais sobre essa evolução para ‘empresas de produção’?
No YouTube, os criadores preservam tanto o controle criativo quanto a sua propriedade intelectual (PI), um diferencial crucial em relação aos modelos de estúdios tradicionais. Essa autonomia é vital para que construam negócios sustentáveis, reinvistam seus ganhos e atuem como verdadeiros estúdios de TV independentes. Além disso, a plataforma oferece as mais avançadas ferramentas criativas, a possibilidade de alcançar uma audiência global e de serem recompensados pelo conteúdo que produzem. O que percebemos é que a maioria dos criadores segue uma filosofia ‘YouTube First’: como o MrBeast nos EUA ou localmente o Porta dos Fundos, veem a plataforma como sua ‘base principal’, construindo seus negócios e empreendimentos externos a partir do sucesso que alcançaram na plataforma.

Shorts, lives, vídeos longos, podcasts… Como o YouTube lida com essa diversidade de formatos e comportamentos de consumo?
Somos uma plataforma multiformato para atender às diversas necessidades dos criadores e aos comportamentos de consumo dos espectadores. O YouTube foi projetado para ser um lugar onde as pessoas podem criar, compartilhar e assistir vídeos em todas as suas formas, de conteúdos curtos a livestreams extensos. A plataforma suporta conteúdos que variam de Shorts de 15 segundos a vídeos de 15 minutos e até livestreams de 15 horas.
Implementar uma categoria premium numa plataforma gratuita teve bons resultados?
O YouTube Premium foi lançado em 2015, para atender parte dos usuários e apresentar um novo modelo de negócios, com o objetivo de oferecer uma experiência sem anúncios, reprodução em segundo plano, downloads de vídeos para assistir offline e acesso a experimentos antecipados no YouTube. Em março de 2025, os serviços YouTube Music e Premium superaram a marca de 125 milhões de assinantes globalmente, incluindo testes.
O que motivou e como evoluiu o investimento publicitário no YouTube?
Como comentei, o YouTube foi pioneiro na divisão de receita com os criadores por meio do Programa de Parcerias. Nosso ecossistema funciona como um tripé para quem cria, consome e quem investe na plataforma. O sucesso desse programa está intrinsecamente ligado ao investimento dos anunciantes. Se as marcas não investem, o nosso modelo de negócios (e, consequentemente, os negócios dos criadores) não é viável.
Leia a entrevista completa na edição do propmark de 25 de agosto de 2025