Ferramentas como Midjourney e ChatGPT contribuem para tornar processos mais ágeis e, também, conectar marcas e consumidores
A história da propaganda deve ter início mais longínquo do que se imagina. Durante uma palestra, o publicitário Nizan Guanaes deu uma pista: as marcas nasceram com o selo impresso com ferro quente nos rebanhos para identificar seus proprietários. Isso lá no Egito antigo, nas palavras de Guanaes. Formalmente, alguns pioneiros, como James Walter Thompson, deram tintas à atividade que ganhou novos contornos com as variantes tecnológicas: mídia impressa, panfletos, embalagens, comunicação direta, rádio, cinema, redes sociais, plataformas, streaming, TV conectada (CTV), programática, buscas, geolocalização e tudo o que o digital descortina. Agora é a era da inteligência artificial, que vem dando pitaco em todas as disciplinas da publicidade, da mídia à criatividade.
Nesta quarta-feira (4), o mercado celebra o Dia Mundial da Propaganda, data proposta inicialmente para a América do Sul, durante o 1º Congresso Sul-Americano de Propaganda realizado em Buenos Aires em 1936, com participação de entidades brasileiras como a Associação Brasileira de Propaganda. Mas, em 1970, foi instituída globalmente, afinal, a maioria das agências instaladas na região Latam eram multinacionais.
As agências brasileiras estão ligadíssímas na IA. “Acredito que a maior consequência da IA na publicidade é a otimização de tarefas e economia de tempo e recursos”, sintetiza Patricia Calil, head de conteúdo e inovação da Snack Content, empresa do ecossistema B&Partners. “É possível criar peças complexas usando IA que entregam uma qualidade muito próxima à execução manual, porém em muito menos tempo e muito menos horas trabalhadas. Uma campanha destaque quanto ao uso de IA foi a de Mc Daniel para o KFC, onde utilizamos IA desde a criação de imagens e pós produção, até locução do Mc Daniel”, ela acrescenta.
Carolina Laporte, diretora-executiva de criação da Vitrio, tem a crença de que a IA já revoluciou a propaganda. “É uma ferramenta potente pra mudar todas as indústrias. Enquanto nosso mercado corre pra capacitar seus times e pensar em modelos de negócio viáveis, que equalizam a IA permite fazer o que até então era impensável, agilizando o dia a dia, os resultados e impulsionando o processo criativo”, coloca a ECD da agência de performance, que vai adiante: “Representa e possibilita uma conexão mais profunda entre marcas e consumidores, mas também traz desafios éticos e criativos. Ela analisa dados, informações, personaliza experiências e possibilita a hiperpersonalização e automatiza processos em uma escala antes impensável. De fato ela pode ser responsável pela redefinição de papéis não só dentro de agências de publicidade, mas de empresas de diversos segmentos.”
“Brincamos com sazonalidades através da manipulação de imagens dos nossos principais personagens. Algo que, se fossemos criar do zero ou abrir câmera para shooting levaria muito mais tempo e geraria muito mais custo”, prossegue Carolina.
Leia a matéria na íntegra na edição do propmark do dia 2 de dezembro de 2024