Projeto é feito em parceria com Sounds Right e UN Live e destina royalties a comunidades do Baixo Rio Negro

O Labverde, a Sounds Right e o Museum for the United Nations – UN Live lançaram o projeto Nature x Labverde EP, uma coletânea que transforma gravações ambientais da Amazônia em obras musicais com royalties destinados a comunidades indígenas e ribeirinhas do Mosaico do Baixo Rio Negro.

A iniciativa, lançada durante a COP-30 em Belém,  reconhece juridicamente a natureza como artista nas plataformas de streaming e inaugura um modelo de economia sonora voltado à conservação.

O trabalho reúne cinco EPs produzidos a partir de registros inéditos de rios, chuvas, florestas e fauna, captados pelos artistas Marlon Wirawasu e Lisa Schonberg. As gravações incluem sons de 'rios voadores', comunicação de insetos, paisagens noturnas, encontros entre águas escuras e claras e o amanhecer marcado por araras e bugios.

A proposta destina os royalties das reproduções a projetos de conservação conduzidos por comunidades do Baixo Rio Negro, área formada por 12 unidades de conservação contíguas que funcionam como zona de proteção contra o avanço do desmatamento.

“É uma honra fazer parceria com o Labverde, um coletivo que reimagina como vivemos e nos inspiramos na natureza como musa e salvação — garantindo que a própria natureza seja creditada e compensada pelo uso de seus sons”, afirma Iminza Mbwaya, da Sounds Right.

Fernanda Paiva, idealizadora e embaixadora do Amazonia Sonora, complementa: “Quando participei do LabVerde em 2022 e tive contato com a bioacústica amazônica, entendi que a floresta também canta e que sua vitalidade sonora é um patrimônio vivo”.

O lançamento marca também o anúncio da próxima edição da residência artística Labsonora, prevista para abril de 2026, que reunirá artistas, pesquisadores, povos indígenas e comunidades tradicionais para investigar relações entre música, ancestralidade, bioacústica e justiça ambiental.

"Temos orgulho de fazer parte dessa rede internacional que acredita na música como arma imaterial na luta pela justiça climática”, disse Lilian Fraiji, diretora do Lsbverde.

EP foi realizado com apoio do INPA, Earth Percent (UK), Mosaico do Baixo Rio Negro e Associação Comunitária Nova Esperança.

Imagem do topo: Felipe Bastos/divulgação