Sócia e diretora-executiva da produtora, ela fala sobre a importância da curadoria de talentos, as transformações do audiovisual e do selo Social-First
Fundada em 2006 e com mais de 1.200 filmes no portfólio, a DLKTSN acaba de lançar um selo Social-First em parceria com a Underdogs, com foco em craft, performance e relevância digital. A proposta é desenvolver conteúdos pensados desde a origem para redes sociais e plataformas digitais.
Com casting composto por nomes como Pedro Becker, Coutinho&Batti, Fabiana Serpa, Tati, João Nuno, Nobre e Enrique Escamilla, além de talentos da nova geração, incluindo Fernanda Souza Correrua e Alysson Freitas, a primeira produtora do Grupo Papaki se destaca com casting diverso de diretores.
Para Luciana Mattar, sócia e diretora executiva da DLKTSN, esse é um diferencial competitivo. “Para nós, a produtora é, antes de tudo, uma casa de talentos. Acreditamos que a curadoria do nosso casting de diretores — com atenção à diversidade de olhares, à qualidade criativa e à consistência na entrega — é um dos elementos centrais do nosso diferencial competitivo”, destacou.
De acordo com a executiva, o momento atual acompanha as transformações do mercado e reforça o compromisso da produtora em antecipar tendências e ampliar sua atuação. Além disso, a empresa mantém uma operação em Nova York dedicada à promoção de talentos do grupo nos Estados Unidos, com novos mercados no radar.

Com trabalhos para marcas como Vivo, Apple, Itaú e Samsung, e produções de entretenimento para Amazon Prime Video, MAX, Disney+ e outros canais, a DLKTSN fala ao propmark sobre os aprendizados dessa trajetória, a importância da curadoria de talentos, as transformações do audiovisual e os próximos passos.
Como é feita a curadoria dos diretores e por que a diversidade importa?
Para nós, a produtora é, antes de tudo, uma casa de talentos. Acreditamos que a curadoria do nosso casting de diretores — com atenção à diversidade de olhares, à qualidade criativa e à consistência na entrega — é um dos elementos centrais do nosso diferencial competitivo. Em um mercado audiovisual cada vez mais plural, dinâmico e exigente, esse compromisso ganha ainda mais relevância. Acompanhamos de perto o desenvolvimento de carreira dos nossos diretores, tanto os novos nomes que surgem com propostas autorais quanto talentos já consolidados. A diversidade do nosso time é também estratégica, pois nos permite atender a uma ampla variedade de demandas, linguagens e formatos para agências publicitárias, anunciantes e players do entretenimento.
Quais mudanças marcam o relacionamento com as marcas?
O mercado brasileiro mudou muito nos últimos anos. Não muito tempo atrás, o que existia era apenas a entrega para TV, com um filme de 60 ou 30 segundos e suas reduções. Hoje temos diferentes formatos, mídias, conteúdos específicos de social e redes sociais. O pacote de entrega cresceu muito. A forma de comunicar e entregar para cada uma destas mídias é específica. Isso exigiu uma mudança grande na forma de pensar a produção e de entregar toda essa demanda.
E no entretenimento?
Já no entretenimento, as transformações foram imensas, novas demandas e possibilidades surgem a todo momento. As marcas cada vez mais demandam novas formas de se comunicar também através do conteúdo e do entretenimento, buscando uma maior proximidade e originalidade na comunicação com o consumidor. Ao longo dos anos, sem dúvidas o audiovisual foi ganhando mais protagonismo até se tornar, atualmente, na minha visão, a linguagem mais importante para as marcas. Nessa dinâmica social de um público hipersegmentado, que economiza atenção e recebe muitos estímulos o tempo inteiro, o audiovisual tem a capacidade de impactar, se destacar e se adaptar a muitos formatos e plataformas.
Como equilibrar técnica, inovação e novos formatos?
Atuar no audiovisual hoje exige acompanhar um mercado em constante transformação — com novas ferramentas, tecnologias, formatos e modelos de trabalho surgindo o tempo todo. Essa inquietação e abertura à evolução faz parte da nossa essência. Buscamos constantemente integrar a excelência técnica com inovação, seja ao apostar em novos talentos — não apenas diretores de cena, mas profissionais de todas as frentes da produção —, seja ao incorporar novas linguagens e soluções criativas que respondam às demandas contemporâneas do mercado. O resultado é uma entrega cada vez mais relevante, atual e tecnicamente precisa, com foco em linguagem, craft e viabilidade.
"A diversidade do nosso time é também estratégica, pois nos permite atender a uma ampla variedade de demandas, linguagens e formatos para agências publicitárias, anunciantes e players do entretenimento"
O que a presença em projetos para plataformas como MAX, Amazon e Disney+ ensina sobre o cruzamento entre publicidade e entretenimento?
Essa troca entre o mercado publicitário e o entretenimento sempre existiu, mas, de fato, desde o surgimento das plataformas de streaming e das mídias sociais é impressionante como cada um destes mercados agora impulsiona o outro. Seja com conteúdos que nascem no streaming e depois amplificam em ações de marcas no mundo publicitário, seja a publicidade como uma ferramenta poderosa para posicionar ou vender entretenimento. Esse cruzamento de territórios acontece de maneira totalmente orgânica no dia-a-dia da produtora e com uma frequência cada vez maior. Essa interseção e produção para diferentes canais já está internalizado, naturalizado no nosso cotidiano.
Qual é o papel do audiovisual hoje na construção de marcas?
O audiovisual sempre teve um papel central na construção de marcas e narrativas culturais — e essa relevância só cresce diante de um cenário cada vez mais fragmentado e dinâmico. A ascensão do digital, das redes sociais, do streaming e, mais recentemente, da inteligência artificial, democratizou tanto a produção quanto o consumo de conteúdo, ao mesmo tempo em que multiplicou exponencialmente os formatos e pontos de contato entre marcas e audiência. Nesse contexto, o audiovisual se tornou ainda mais estratégico. O desafio hoje não é apenas contar boas histórias, mas adaptá-las com inteligência, craft e agilidade para diferentes plataformas e públicos. É aí que entra o papel da produtora como a Dlktsn: ser uma parceira criativa e técnica para agências, anunciantes, plataformas e streamings, oferecendo talentos, inovação em linguagem e soluções que viabilizam produções de alto nível, mesmo diante derestrições de tempo, orçamento ou formato.
Quais são os próximos focos e planos da produtora? Há planos de internacionalização, novos formatos ou parcerias?
Sem dúvidas! Estamos sempre em movimento e nos reinventando para estar àfrente do mercado e das demandas contemporâneas. Acabamos de lançar uma parceria com a produtora Underdogs, lançando nosso primeiro selo Social-First com foco em craft, performance e relevância digital. Essa é uma parceria estratégica entre produtoras que reforça nossa atenção ao mercado e um novo modelo de criação audiovisual pensado desde a origem para as redes sociais, plataformas fundamentais para o engajamento das marcas. A DLKTSN, assim como o Grupo Papaki, já conta com uma operação em Nova York dedicada à promoção dos talentos do grupo nos Estados Unidos. A estratégia de internacionalização deve avançar ainda este ano com a entrada em novos mercados. E, em breve, a produtora anunciará uma nova parceria estratégica na área de entretenimento.