Profissionais explicam por que o jogador do Santos é um dos grandes nomes do marketing esportivo
Neymar pisou novamente no gramado da Vila Belmiro na última sexta-feira (31), em uma festa que reuniu torcedores e a imprensa de todo o mundo. O retorno do jogador ao futebol brasileiro faz os santistas sonharem alto, e as marcas aproveitarem o 'efeito Neymar' para potencializar negócios.
E exemplos não faltam.
Assim que desembarcou do avião que o trouxe da Arábia Saudita, o Neymar estrelou uma ação do Mercado Livre. O novo camisa 10 do Peixe recebeu as chuteiras Puma que o acompanharão neste novo capítulo de sua carreira no país do futebol.
Depois, Neymar sobrevoou de helicóptero o Mercado Livre Arena Pacaembu, e gravou um vídeo falando sobre as lembranças de jogar no estádio, onde conquistou o Campeonato Paulista de 2010 e a Libertadores de 2011.
Neymar deixou o futebol brasileiro em 2013 para jogar no Barcelona, onde ficou até 2017. Da Espanha foi para a França: no Paris Saint-Germain, foi pentacampeão francês e tricampeão da Copa da França. Em 2023, o jogador brasileiro para o Al-Hilal, da Arábia Saudita, em um ano de muitas lesões e pouco futebol.
Para especialistas, mesmo longe das melhores condições físicas e técnicas, Neymar é uma potência dentro e fora dos gramados, e o retorno dele ao Santos e ao Brasil vai ajudar a capitalizar dezenas de novas receitas ao clube, que vão desde patrocínios até ativações de marketing e redes sociais.
Uma apuração do jornal Lance! revelou que o Santos recebeu propostas de mais de dez empresas interessadas em explorar as diversas propriedades da camisa do time. Um exemplo foi a entrada da Loovi, fintech de seguros automotivos: antes de Neymar chegar, o espaço ocupado pela empresa valia R$ 600 mil; agora, o mesmo espaço vale R$ 3 milhões.
"Neymar é um canhão de audiência", disse Renê Salviano, CEO da Heatmap. "Com certeza, vejo somente pontos positivos para a liga e para os clubes, e o atleta tem de saber como quer se portar e o que almeja nesta etapa da carreira, pois se estiver focado e motivado, ainda tem muito a entregar", completou.
Wagner Leitzke, líder do marketing digital da End to End, comparou o retorno de Neymar ao de Ronaldo Fenômeno ao futebol brasileiro em 2009, quando chegou para jogar no Corinthians. De acordo com Leitzke, a sua volta vai colocar o Santos em evidência internacional, além de aumentar a venda de produtos licenciados, por exemplo.
"Além disso, a presença de Neymar cria oportunidades de experiências exclusivas para os torcedores, além de voltar ao aproximar o clube de uma geração que cresceu tendo Neymar como ídolo", disse.
"O impacto de um possível retorno de Neymar seria enorme, sem dúvida, mas hoje, local, restrito ao Brasil. Ainda assim, muito relevante, porque é uma referência para parte considerável, ou mesmo maioria absoluta, dos jovens futebolistas brasileiros nascidos nesse século. Muitos desses, que defendem clubes diversos, são santistas, por conta de Neymar.
Atleta com mais patrocinadores
Fora de campo, Neymar continua sendo o jogador brasileiro com o maior número de patrocinadores, 14 no total, alguns deles presentes há muitos anos, desde as Copas de 2014 e 2018. Vini Jr., com 12, aparece na sequência.
São eles Above, Red Bull, We Pink, Replay, Skims, Tropicool, Campline, Plarium, Epic Games, Pokerstars, Blaze, Konami, Mondelez e Aspire Academy, além da Puma, fornecedora de material esportivo. Neymar também conta com seu Instituto próprio, o Neymar Jr.
Para especialistas em marketing esportivo, a construção de carreira de Neymar com as marcas é sólida por vários motivos. Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM, disse que Neymar é muito mais do que um jogador de futebol. "É uma personalidade global que desperta atenção".
"O mais relevante, no entanto, é que a marca Neymar permanece em alta. Essa capacidade de se manter relevante, independentemente do contexto, é o que o posiciona como um dos maiores ativos do marketing esportivo no mundo. Ele continua sendo uma referência, não apenas pelos feitos esportivos, mas pelo impacto que exerce na cultura e na indústria", disse.