Como o primeiro país a receber o modelo da marca, o Brasil já conta com 30 mil vendedores cadastrados e prevê expansão

Nesta terça-feira (12), a Shein divulgou que seu marketplace, lançado oficialmente no Brasil em abril de 2023 — o primeiro país a adotar esse modelo de vendas da marca —, já representa 60% das vendas totais da companhia. A plataforma conta com 30 mil vendedores cadastrados e mantém planos de crescimento.

Depois de ingressar nos mercados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná em 2024, a expansão geográfica do marketplace continua sendo uma das prioridades da empresa. Santa Catarina será o próximo passo, seguido por Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Goiás e Distrito Federal.

Segundo Felipe Feistler, CEO da Shein no Brasil, “o imposto (taxa das blusinhas) tirou o acesso de muitas pessoas a produtos que não existiam no mercado local. E, se o mercado interno é competitivo, eventualmente a pessoa começa a comprar no marketplace. Isso explica o crescimento do modelo.”

Santa Catarina será o ponto de partida dessa nova fase, com a meta de atingir mil vendedores no estado até março de 2025. As cidades de Blumenau, Joinville, Florianópolis, Brusque e Itajaí foram apontadas como focos estratégicos.

“Santa Catarina tem o diferencial de ser o estado com o sexto maior PIB do Brasil, em torno de 5%. Outro ponto importante é sua proximidade com São Paulo, onde nossa logística está centralizada. Conversa com nossa estratégia que reduz custos e melhora o tempo de atendimento ao cliente”, explica Feistler.

Produção local e metas

Atualmente, 75% dos produtos vendidos no marketplace são fabricados no Brasil, e 85% dos itens de vestuário feminino, masculino e calçados são produzidos localmente. “Seguimos avançando para consolidar nossa presença local e alcançar a meta de ter 85% das vendas provenientes do mercado nacional até o final de 2026”, destaca Feistler.

Estrutura logística

O modelo de vendas da Shein no Brasil inclui três formatos: crossborder, 1P (parceria com fábricas que não pertencem à empresa) e marketplace. Para suportar essas operações, a logística está centralizada em três centros de distribuição em Guarulhos, totalizando mais de 250 mil metros quadrados e, segundo a empresa, emprega cerca de 3.500 pessoas, entre colaboradores diretos e terceirizados.

Em novembro do ano passado, a Shein inaugurou um centro de alfandegamento no aeroporto de Guarulhos, permitindo o recebimento direto de produtos da China e reduzindo a dependência dos Correios. Inicialmente projetado para processar entre 10 e 20 mil pacotes por dia, o centro agora opera próximo de 100 mil pacotes diários.

Moda “on demand”

Uma das estratégias da Shein para acompanhar as tendências em tempo real e oferecer os produtos mais procurados em seus canais de venda é o modelo “on demand”.

“Produzimos uma grande variedade de peças, mas em pequenos lotes de 100 a 200 unidades. De forma reativa, testamos o mercado para entender quais tipos de roupas o público deseja. Assim, reduzimos o risco e o desperdício de roupas”, explica Feistler.

Semanalmente, mais de 10 mil novos produtos são adicionados ao portfólio da plataforma. Nesse modelo, são usados algoritmos que capturam dados de redes sociais e fornecem informações em tempo real sobre as preferências dos consumidores. As redes sociais da Shein no Brasil já somam 15 milhões de seguidores.

Feistler diz que para 2025, a plataforma, que já conta com cerca de 50 milhões de consumidores no Brasil, planeja diversificar seu portfólio com a inclusão de livros e alimentos, ampliando as oportunidades para seus "sellers".