Pesquisa do Grupo SBF apontou também que 56% do público acreditam que uma partida de futebol vai além de ser 'apenas um jogo'

Pesquisa encomendada pelo Grupo SBF, Futebol e Geração Z: qual o match? investigou os hábitos e a forma de jovens se relacionarem com a modalidade, sobretudo comparado às gerações anteriores. Nascidos entre 1995 e 2010, 76% dos ‘Zs’ ouvidos pela pesquisa torcem para um time e 42% acreditam que o sucesso da seleção brasileira na Copa do Mundo é o motivo do Brasil ser considerado o país do futebol.

Entre os apontamentos, a pesquisa mostra que esses jovens têm mais interesse pelo futebol quando a modalidade endereça questões da sociedade contemporânea, deixando claro que para eles o futebol deve ser para todos.

Nesse mesmo sentido, outra informação que chama a atenção é de que a geração Z busca meios para assistir as partidas de forma gratuita, demonstrando que o futebol não é uma necessidade, mas sim uma escolha e, por isso, precisa ser acessível. Dados como esses revelam uma geração menos passional (definitiva) e mais pragmática (contextual) em relação ao futebol.

Ao mesmo tempo, o estudo deixa claro que a modalidade ganhou mais espaço na vida desses jovens: 56% da geração Z acredita que uma partida de futebol vai além de ser 'apenas um jogo'. O futebol é visto e consumido como conteúdo e entretenimento, muito além do esporte em si, o que amplifica as possibilidades de interação nos diversos pontos de contato do mundo digital.

Contexto social
Dados da pesquisa mostram que para a Geração Z o futebol não pode estar desconectado de temas caros à sociedade. O estudo mostrou que 64% dos entrevistados acreditam que o futebol deveria ser mais comprometido com pautas relacionadas à homofobia, racismo e machismo, enquanto 63% defendem que os jogadores não deveriam esconder sua essência por questões de preconceito.

O engajamento nesse sentido é tão significativo que 27% afirmam que deixariam de torcer para seu time em caso de envolvimento em questões de preconceito de gênero, racial ou escândalo político. Entre os Millennials (atualmente entre 26 e 40 anos), esse número é de 17% e na geração X (entre 42 e 57 anos), é de 20%.

Mulheres
A relevância de pautas sociais como aspecto de conexão da modalidade com a Gen-Z é também comprovada quando o tema é futebol feminino. Com um olhar mais voltado para a equidade de gênero, 72% dos entrevistados dizem que ver mulheres em campo, em um ambiente ainda retratado como masculino, tem um grande significado de luta política e representatividade.

55% da popualação ainda veem a seleção brasileira feminina subestimada em relação à masculina (Crédito: Jeffrey F Lin on Unsplash)

Nesse contexto, 32% dos entrevistados torcem para algum time feminino; 48% são neutros na hora de escolher o melhor time, masculino ou feminino, em termos de técnica; e 55% veem a seleção brasileira feminina ainda subestimada em relação à masculina.

Contudo, o cenário ainda é sobre “elas por elas”. As meninas Z’s apoiam mais o futebol feminino do que os meninos: 67% delas afirmam que deveria se investir mais nos times femininos, enquanto 57% deles afirmaram o mesmo; 35% das meninas discordam preferir assistir ao futebol masculino - 22% no casos dos meninos; 21% delas acompanham o brasileirão feminino e 27% torcem para uma jogadora específica - contra 7% respectivamente para os meninos, em ambos os tópicos.

(Crédito: Zana Latif on Unsplash)