Com repertório característico e estruturas diferenciadas, agências fora das capitais ‘aquecidas’ apontam mudanças necessárias na publicidade

“É muito difícil você romper essas barreiras, é difícil você ganhar credibilidade, é difícil você ser escutado”. A frase do publicitário Fernando Prudencio, fundador da Neoplan, traduz o que ainda representa, para muitos profissionais, a tentativa de construir um negócio na publicidade brasileira longe do chamado ‘eixo Rio-São Paulo’. No entanto, uma nova geração de empreendedores vem mostrando que a publicidade pode ser competitiva e inovadora a partir de outros territórios.

Além de Prudencio, que abriu sua agência em Araçatuba, interior paulista, Natália Darini, sócia e CEO da Renca, em Mato Grosso, e Ricardinho Lira, sócio-diretor da Avesso Propaganda, sediada no Recife, são exemplos disso. Suas histórias esbarram em obstáculos semelhantes, ao mesmo tempo em que transformam sua regionalidade em repertório competitivo.

Ao relembrar o início da Neoplan, Fernando Prudencio conta que a maior dificuldade foi ser levado a sério, mas que isso cria uma armadura. “Você ganha uma casca e uma capacidade de interlocução e diálogo com muitos empreendedores e também com muitos consumidores na audiência”, explica. Essa convivência com realidades diversas, em sua avaliação, cria um olhar que dificilmente se teria se a experiência fosse restrita à bolha mais aquecida do mercado.

Fernando Prudencio, da Neoplan: “Você ganha casca” (Divulgação)

Natália, que fundou a Renca em Cuiabá após atuar em multinacionais em São Paulo, lembra que a barreira não foi a falta de conhecimento técnico, mas
a maturidade dos clientes. “Poderia até dizer que nossa maior barreira é a limitação de recursos, mas o verdadeiro desafio é a maturidade do mercado. Já atendemos empresas de grande porte, com capacidade de investir em comunicação, mas que ainda não prioriza”, comenta.

Do Recife, Ricardinho Lira vivenciou algo parecido. Para ele, além da concentração de verba, pesa a falta de reconhecimento. Ele acredita que isso venha, na verdade, “da falta de conhecimento de que há mercados maduros e com profissionais de excelência que escolheram, por opção, permanecer em seus mercados”.

Leia a matéria completa na edição do propmark de 8 de setembro de 2025