Rodrigo Kallas: “A gente conseguiu manter 35%, 40% do nosso faturamento total”

Quando o assunto é investimento em mídia, o OOH ocupa a terceira posição no ranking com 11,2% de share. O segmento só fica atrás do digital, com 17,3%, e da TV aberta, que lidera com 57,9%. Os números são do último levantamento do Cenp-Meios, divulgado em junho, referentes ao primeiro trimestre de 2020.

Com 40 anos de atuação no mercado, a Kallas celebra a marca histórica que a mídia exterior alcançou na publicidade, mas compreende que os próximos dados não devam ser tão favoráveis por conta da pandemia causada pela Covid-19.

“Apesar do resultado positivo, pois em 2017 o nosso share de mercado era de 1,2%, o relatório também apontou 22% de queda no volume de compras, pois a pandemia começou no mês de março. Acredito que na divulgação dos números do segundo trimestre, eles serão mais impactados, pois vão mostrar o real período de isolamento social. Porém, quando eles chegarem, já estaremos no terceiro trimestre e já retomando os negócios”, comenta Rodrigo Kallas, CEO da Kallas.

Ainda segundo o executivo, com a parceria dos clientes, a adesão de boas políticas de retenção e a utilização de estoque ocioso, a companhia vem se posicionando bem durante este período. “Acredito que fomos uma das melhores empresas que operaram durante a pandemia. Considerando que o nosso principal produto é o aeroporto, e o número de circulação ficou muito abaixo do esperado, a gente conseguiu manter 35%, 40% do nosso faturamento total. O que é espetacular. Os aeroportos regionais, em outros estados, começaram a abrir. Então, neste mês de junho, tivemos uma retomada e estamos acelerando. Já posso dizer que estamos com 30% da procura que tínhamos antes. Temos uma expectativa de retomada boa”, diz.

A mudança de hábito dos consumidores, que agora circulam nas ruas de máscaras e evitam o contato mais próximo entre as pessoas, não preocupa Kallas, que acredita que a mídia exterior não será afetada. “As pessoas estão em casa, mas não estão felizes. Elas não veem a hora de sair pelas ruas. Com máscaras ou respeitando o distanciamento social, as pessoas vão voltar a trabalhar e seguir suas rotinas. Porém, talvez, com mais cautela. O aeroporto de Congonhas, por exemplo, que tinha 24 milhões de passageiros por ano, quem sabe verá seu fluxo cair para 18 milhões. Isso para nós é excelente. Vou entregar para menos público, mas com mais qualidade. O passageiro vai ter cadeira para sentar, vai relaxar e, assim, prestar atenção e olhar os anúncios. Quando o aeroporto estava lotado e ele ficava preocupado com o horário, não olhava o anúncio com a qualidade que mereceria. Vamos ter ganho de qualidade, operação e estrutura”, revela.

Investimento
Com representação nacional e um portfólio robusto composto por 35 aeroportos, metrôs, VLTs, concessões de mobiliário urbano e mais de 500 painéis em diferentes cidades do país, a empresa anuncia uma injeção de R$ 5 milhões em melhorias e novos produtos digitais.

“Aproveitamos a pandemia para integrar ainda mais tecnologia aos nossos produtos. Até o fim deste ano teremos mais de 100 novas telas digitais. Integramos nossos painéis com bluetooth e estamos trabalhando com mídia mobile. Os nossos painéis na orla do Rio de Janeiro, por exemplo, agora terão wi-fi. Então, a marca anuncia neste espaço e o consumidor, ao entrar na internet usando o nosso serviço, vai observar o mesmo anúncio no seu celular. Tudo integrado. Investimos muito também na digitalização no nosso mobiliário urbano e, agora, teremos relógios digitais. Estamos acelerando a digitalização e implementação de novas tecnologias”, destaca.

O executivo finaliza enfatizando que depois da pandemia tudo será mais integrado. “O anunciante vai investir mais, pois ele precisa estar na rua. Ele precisa estar em contato com o consumidor. Com isso, também estamos instalando uma série de devices para a medição de fluxo e, assim, descobrir quantas pessoas passam por cada ponto. Através da inteligência artificial vamos reconhecer o sexo, o humor e o número de pessoas que viram o anúncio. Tudo vai ser melhor. Aproveitamos para evoluir e entregar mais qualidade, informação e dados. Se bobear, para 2021, teremos um faturamento ainda maior por conta das novas tecnologias e produtos”, reforça Rodrigo Kallas.