#AIApagamentoIndigena reflete sobre as etnias indígenas apagadas na inteligência artificial

A agência ONE em parceria à empresa especializada em pesquisas de patrimônio cultural Scientia Consultoria, lança o #AIApagamentoIndigena – movimento que surge a partir da análise que verificou a plataforma de inteligência artificial (AI em inglês) Midjourney não reconhece os povos originários brasileiros. Não só não reconhece, como não há acervo digital suficiente para que esses softwares identifiquem os rostos e suas etnias.

O objetivo é aumentar o volume de imagens digitais de indígenas do Brasil para que, no futuro, a AI tenha acervo real dos povos originários. O movimento convida artistas brasileiros, dentre eles um time de artistas indígenas, para ilustrarem as diversas etnias, como Guaraní Kaiowá, Xetá, Tupiniquim, Yanomami e muitas outras e, assim, a ONE vai subir essas imagens em programas de AI.

"A resposta que tivemos ao buscar as imagens de indígenas brasileiros na AI foi justamente o reflexo das ações da sociedade: indígenas diversos norte-americanizados e estereotipados, que não condizem com a nossa origem. E, enquanto os dados digitais caminham para o apagamento, o movimento #AiApagamentoIndigena vem com o objetivo de reavivar as memórias dos povos originários a partir de uma collab com pessoas reais. O projeto é um convite para que qualquer pessoa, artista ou não, contribua inundando a internet com imagens de povos originários, sendo fotos, desenhos, ilustrações, tagueando-as com a hashtag do projeto AiApagamentoIndigena e a hashtag da etnia em questão", afirma Rodrigo Esteves, diretor-executivo de criação da ONE.

Se a evolução da AI é inevitável, então torna-se imprescindível a inclusão de diversas etnias no acervo digital e na construção dessas plataformas. "⁣No Brasil, existem mais de 305 etnias indígenas, com culturas e línguas diferentes, mas suas histórias e vivências foram apagadas, desmatadas, poluídas, incendiadas e violadas por mais de 520 anos. Se o indígena brasileiro não tem representatividade na AI, muito se deve ao fato de que quem está na programação desses sistemas é o homem branco", explica Keylla Valença, gestora administrativa da Scientia Consultoria.

(Créditos da imagem: Ilustração desenvolvida por @victoriacordeir0 retratando o povo AWÁ)