Pesquisa revela mudanças nas jornadas de compra, preferências por canais e critérios de decisão

A MRM Brasil divulgou a nova edição da pesquisa ‘Commerce’, que acompanha a evolução do comportamento do consumidor nos últimos quatro anos. O estudo entrevistou 2 mil pessoas entre 2020 e 2024 e identificou 10 principais tendências de consumo:

Segmentos

A compra online ficou mais sofisticada. Produtos como moda e acessórios registraram aumento de 12%, enquanto perfumaria e cosméticos cresceram 4%. Já a categoria de eletrônicos teve queda de 2%. A pesquisa indica que consumidores e varejo aprenderam a ‘degustar’ produtos digitais.

Compra híbrida

A jornada de compra se tornou híbrida. Ao todo, 73% utilizam lojas físicas como fonte de pesquisa, mas finalizam a compra no ambiente digital. Apesar disso, 28% dos jovens de 18 a 24 anos ainda preferem a experiência em loja física — faixa etária que destaca a vivência presencial como diferencial frente às demais gerações.

Pesquisa/Novos meios de vendas

Marketplaces superaram os buscadores como principal fonte de pesquisa. Atualmente, 54% dos consumidores fazem buscas em plataformas como Amazon, Mercado Livre, Magalu e Americanas — um crescimento de 4 pontos em relação a 2020. No mesmo período, buscadores como Google, Bing e Yahoo registraram queda de 5 pontos.

Entre os canais de venda, marketplaces e aplicativos se consolidam. As compras via apps e sites das marcas se mantiveram estáveis, enquanto as realizadas em marketplaces cresceram 7 pontos no período — reforçando a necessidade de diversificar os pontos de venda.

Social commerce

O social commerce cresce. Entre os jovens de 25 a 30 anos, 31% iniciam suas buscas em redes sociais. Já na faixa etária de 18 a 24 anos, o número sobe para 45%. Na classe C, 33% preferem as redes como canal de pesquisa, enquanto nas classes A e B esse percentual é de 29%.

Promoções

As promoções seguem como gatilho de consumo. Embora 78% dos consumidores da classe AB apontem o preço como principal motivador de compras online, 59% dizem seguir marcas nas redes por causa das promoções.

Quando questionados sobre as marcas que mais gostam de acompanhar, a geração Z cita Amazon, Shopee e Nike.

Fraudes

Os possíveis golpes em compras moldam o comportamento dos consumidores. Cerca de 60% dos consumidores já foram vítimas de golpes online. Como resposta, 77% mudaram seus hábitos:

Comportamento após sofrer fraude %
Passaram a comprar apenas em sites e apps conhecidos 74
Continuam comprando, mas com apreensão 43
Reduziram compras em plataformas digitais 17
Continuam usando as plataformas apesar da apreensão 9
Pararam de comprar online 6

A preocupação com a privacidade é maior entre os mais jovens. Entre os consumidores de 18 a 24 anos, 61% se dizem muito preocupados com o tema. Na faixa de 25 a 35 anos, o índice é de 71%.

ESG

A sustentabilidade ainda tem influência limitada na decisão de compra:

Critério %
Boa experiência de compra 70
Boas avaliações de consumidores 65
Preocupação com meio ambiente 17
Preocupação com causas sociais 14
Identificação com o posicionamento da marca 14
Patrocínios e apoios 8
Indicação de influenciadores 7

Mas é fator decisivo para abandono de marca:

Motivo de abandono %
Desrespeito social 61
Testes em animais 53
Despreocupação com o meio ambiente 50
Desrespeito à diversidade 40

Forma de pagamento

Diante de tantas opções, o consumidor não possui preferência evidente, há equilíbrio entre os dois primeiros meios:

Método de pagamento %
Cartão de crédito 69%
PIX 68%
Cartão de débito 29%
Boleto bancário 16%
Aplicativos de pagamento 14%

As preferências por meios de pagamento variam de acordo com a faixa etária e a classe social dos consumidores. Enquanto o cartão de crédito se destaca entre pessoas de 31 a 40 anos e nas classes mais altas, o PIX é o método preferido dos mais jovens e da classe C.

Mobile

O celular é o principal dispositivo utilizado para compras digitais, sendo usado por 91% dos entrevistados. No entanto, outros aparelhos também têm participação relevante no processo: 53% dos consumidores utilizam o computador, 12% fazem compras por tablet e 10% recorrem à smart TV. Nas classes A e B, o uso de desktop, tablet e TV é mais comum, o que reforça a importância de oferecer experiências otimizadas em múltiplos formatos e telas.

(Crédito: Foto de UX Indonesia no Unsplash)