Estive na recente edição deste ano do Mobile World Congress, em Barcelona, onde foi criado o pavilhão 8.1 para comportar o número maior de empresas de aplicativos participantes do encontro. Assisti à palestra do IAB e posso dizer que o trio formado por data, geolocalização e criatividade foi muito comentando.

Segundo Erin Kienast, da Starcom USA, não adianta só dividir o budget e replicar a peça do digital para mobile. Os dispositivos móveis exigem criações próprias, com toda a experiência e utilidade que uma publicidade pode oferecer. Ela, inclusive, disse que suas equipes de mobile estão sendo desfeitas. Todos na agência precisam saber sobre mobile – não é mais a equipe mobile, mas sim a de construção da marca.

Pensando nisso, o Mr. Randall, do IAB (Randall Rothenberg, presidente e CEO do órgão), também disse algo muito preciso: “Se você trabalha em marketing e não sabe o que é um API ou SDK, é melhor aprender”.

Hoje em dia não é mais sobre vender um produto, e sim vender a experiência que ele pode criar. Thomas Fellger, da IconMobile, comentou sobre o case de Oral-B. Segundo ele, as crianças não gostam de escovar os dentes, mas com o novo produto, que mostra o tempo de escovação e o grau de intensidade, elas poderão ganhar prêmios dos pais ou aparecer como princesas no aplicativo. Escovar os dentes se tornou uma atividade lúdica e divertida para elas.

Seguindo agora para os aplicativos, vários palestrantes foram bastante efusivos. “Só construa um aplicativo se ele fizer sentido na vida dos usuários”, disseram.

Recado dado!

Também muito se comentou sobre a média de apps que uma pessoa tem no celular e usa com mais frequência, algo entre 25 a 30, mas eu ainda acho mais plausível aquele número de sete aplicativos que a Flurry mostrou há pouco tempo. Quem usa 25 apps? Só se for Tinder e derivados!

Gary Morrison, da Expedia, deu uma dica valiosa ao dizer que os consumidores buscam muito sobre passagens pelo celular, mas na hora de comprar eles preferem fazer no desktop. Aliás, essa é a maior dificuldade comentada por todos – como mensurar no mobile e cruzar com outros meios como desktop e televisão. Ainda assim, todos preferem fazer publicidade nos aplicativos pela qualidade de data que conseguem obter.

Para fechar, David Sable, o CEO global da Y&R, encerra com: “Criatividade é a história. Inovação é como a história é contada. Tecnologia é o possibilitador”. Ou seja, precisamos ser criativos e inovadores ao utilizar a publicidade mobile.

Cheguei à conclusão de que estamos no caminho certo e não estamos perdendo nada ou quase nada. Falou-se muito sobre mobile first, que na realidade deveria se chamar people first, porque o celular é apenas mais um meio de acesso à internet e ponto.

Diretora-geral da Adsmovil no Brasil e membro do comitê de Mobile do IAB