O CEO Ariel Frankel fala também sobre o mercado imobiliário e, entre outros temas, a respeito do investimento em mídia da marca

Sinônimo de empreendimento compacto de alto padrão, a Vitacon se destaca no mercado imobiliário por trabalhar o conceito de life style moderno, com serviços agregados aos prédios. Surfando na onda da economia compartilhada e no digital, a incorporadora também é pioneira no processo de tokenização de unidades e já tem a maior parte das vendas concentradas nos canais online.

“O nosso mindset é estar 100% do tempo sendo desafiado a mudar o status quo e trazer mais inovação e simplificar a vida do cliente”, ressalta o CEO Ariel Frankel. Nesta entrevista, o executivo fala também sobre o mercado imobiliário e, entre outros temas, a respeito do investimento em mídia da marca, cuja maior fatia é do digital, além do novo slogan A Vitacon inventa e você se reinventa.

Qual é a origem da Vitacon?
A Vitacon é uma empresa familiar, já estamos na terceira geração, porque um lado da família tinha essa tradição de incorporar. Mas há 13 anos a gente entendeu que muito mais do que incorporar, construir e vender metro quadrado, tinha uma missão maior de criar a Vitacon, que é uma marca de 13 anos, e de agregar um valor diferente. Uma frase que a gente gosta de trazer que reflete muito bem isso é que a Vitacon não vende metro quadro, ela vende tempo ao quadrado. Ou seja, faz 13 anos que decidimos adotar um modelo de negócio de construir empreendimento compacto, inteligente, de uma maneira simples, com serviços e tecnologias no centro financeiro nervoso de São Paulo, no eixo Paulista e Faria Lima, onde se concentra a imensa maioria dos nossos empreendimentos.

Como é esse modelo de negócio?
Traz um conceito com unidades que ajudam no life style moderno, em que as pessoas não utilizam carro no dia a dia, com muito esporte, networking, proximidade e simplicidade. Basicamente, a empresa veio se verticalizando e expandindo em cima do propósito que é dar mais tempo ao que realmente importa e fazendo empreendimentos cada vez mais modernos no que diz respeito à tendência de moradia e desse life style que determina qual é a nova forma de consumo. Hoje se fala muito de compartilhamento, de que não precisa ter o bem, que o importante é ter a possiblidade de uso. A gente se orgulha porque começou a companhia com esse mindset e faz pelo menos oito ou nove anos que implementamos toda essa questão de economia compartilhada, colaborativa, de serviços dentro dos prédios, e hoje virou uma realidade e necessidade.

Todos os empreendimentos da marca trazem apartamentos mais compactos e serviços ao morador?
Nós fazemos tipologias que variam de 20 a 180 metros quadrados e todos eles trazem o mesmo conceito e propósito de otimizar o espaço, a conveniência e os serviços. A Vitacon criou muito renome em construir apartamentos compactos. A gente não se orgulha em compactar, mas sim de trazer uma solução que atende aquele público. Se ele pode pagar R$ 500 mil num apartamento de dois dormitórios, a gente consegue entregar ultracompacto numa região nobre. Um bom resumo que gosto de trazer é que o prédio é o hardware onde estamos entregando o tijolo, a tipologia, a planta, e a gente se aprimorou muito nesse tema que é o software, com os serviços que colocamos dentro dos prédios, como academia e cozinha compartilhada, lojas, alimentação e espaço de coworking profissional, tudo de forma eficiente e barata. O nosso mindset é estar 100% do tempo sendo desafiado a mudar o status quo e trazer mais inovação e simplificar a vida do cliente. Uma das nossas missões é tornar o ativo imobiliário o mais líquido e simples possível.

Ariel Frankel: histórico de vender entre 40% e 80% do empreendimento no primeiro mês (Divulgação)

O foco dos empreendimentos são prédios residenciais?
A maioria é residencial, sim. A Vitacon está só em São Paulo, mas temos alguns projetos de fazer algo único fora. Temos praticamente 100 empreendimentos desenvolvidos em São Paulo.

E qual é a previsão de lançamentos para este ano?
Este ano, devemos lançar  nove empreendimentos. Para 2024/2025 estamos com a mesma projeção, tendo em vista terrenos que já adquirimos e estamos comprando. O objetivo é trazer empreendimentos mais arrojados e maiores, para que nosso volume de vendas cresça.

Como está o mercado imobiliário atualmente?
De 2014 para 2018, o mercado estava muito ruim, com todo o problema político, como o impeachment. A partir de 2018/19, reagiu muito bem. 2021 foi ano recorde, 2022 praticamente foi muito próximo, apesar de os juros e outras complicações externas e internas terem atrapalhado o fim de ano, mas mesmo assim reagiu bem. Na própria pandemia, o mercado travou três, quatro meses, mas depois voltou com um ritmo muito forte. 2023 ainda é cedo para falar, porque existem dúvidas e incertezas para todo o lado, mas o que fizemos em janeiro e fevereiro já está superando o mesmo período de 2022 e a gente espera ter um crescimento, referente ao ano passado, de pelo menos 40% a 50%. Parte porque a gente adiou o lançamento de dois empreendimentos do fim do ano passado para o começo deste ano e a outra parte porque estamos confiantes e muito bem preparados para enfrentar 2023.

Quando um empreendimento é lançado, as unidades são vendidas em quanto tempo?
Temos um histórico de vender entre 40% e 80% do empreendimento no primeiro mês.

Como é trabalhada a comunicação da marca?
Temos uma in-house que desenvolve trabalhos como mídias sociais, comunicações do dia a dia, e duas agências externas. A Z15 cuida mais do institucional/produto e é a Bob que nos apoia na parte de vendas e divulgação online.

E como estão as vendas online no mercado imobiliário?
Eu diria que as empresas estão bastante plugadas numa jornada digital/tecnológica e tem um produto um pouco mais amigável, abaixo de R$ 1 milhão/R$ 2 milhões, que tem mais facilidade em ter essa tratativa online. Já para a compra de um produto mais caro, o cliente tende a colocar o pé no stand de vendas. Resumindo, eu diria que uma empresa não muito preparada para o digital já deve ter origem nas vendas em torno de 30% e 40% do mundo online. No caso da Vitacon, que  consideramos ser uma empresa que surfa bem nessa divulgação online, 80% das vendas estão no digital, em uma venda totalmente apoiada em tecnologia e em contatos não presenciais.

Qual é a tagline da marca e em quais mídias a Vitacon investe?
A gente faz muita mídia online. Google, Facebook e Instagram continuam sendo as mídias principais. Aproveitamos para estar em diferentes eventos do setor e de outros segmentos. Fazemos também muitos eventos com parceiros e clientes que ajudam a promover a marca.

E quais são as tendências do mercado imobiliário hoje em dia?
Tem público para tudo. O crescimento no Brasil é vegetativo positivo. O país tem sete milhões de déficit de moradia, obviamente que a maioria é do público de classes mais baixas, D e C. Mas diria que tem duas grandes tendências hoje. Primeiro, com o pós-pandemia passando, há mudanças naturais que acontecem com o tempo, como a redução da família, ou uma pessoa que está indo bem no trabalho e quer um apartamento maior, ou está se mudando do trabalho. Isso é uma coisa constante e nunca vai parar. Nesse caso, logicamente, esses apartamentos de 2, 3 ou 4 dormitórios atendem essa necessidade. O médio e alto padrão sofrem menos impacto numa economia mais volátil. Agora, tem essa questão de comportamento de consumo, que é onde a Vitacon entra. O público single de São Paulo já passou de 50%, seja expatriado, jovem, divorciado, viúvo, casal moderno em que cada um mora no seu apartamento, e a empresa está majoritariamente nesse nicho. A gente percebe que a grande tendência é esse novo estilo de vida, em que as pessoas querem usar o que precisam de fato. É uma vida mais minimalista. Temos convicção de que esse novo estilo de vida é uma tendência muito forte e tende a crescer mais ainda em um centro urbano como São Paulo. Principalmente entre o público single, que se vira muito bem em apartamentos de 30, 40 e 60 metros quadrados.

Sobre o investimento da Vitacon em mídia, ele é concentrado no digital?
Também fazemos bastante OOH, eventualmente em nossos terrenos ou em ativações em eventos. Os jornais impressos paramos de fazer há um bom tempo. Na nossa visão, o online consegue pegar essa força. Fazemos mídia impressa pontualmente para divulgar alguma informação. Rádio e TV não temos feito, mas estamos estudado um plano. Essas mídias tiveram redução de valor nos últimos tempos. Antes ficava muito caro para operar e hoje já tem algumas oportunidades. O nosso slogan é 'A Vitacon inventa e você se reinventa'. O slogan anterior era Invente a cidade, em que o nosso propósito era promover esse novo life style e reinventar a cidade. A última atualização é uma provocação no sentido de que agora tem mais serviços, mais tecnologia e produtos novos, e a gente ajuda a colocar uma tendência na mesa e o cliente se reinventa para ter uma vida mais prazerosa, com mais tempo e qualidade.