Plano começa com retorno de dois dias no próximo ano, e aumenta para três em 2027
O Nubank adotará o modelo de trabalho híbrido a partir de julho de 2026, após cinco anos em regime remoto, com encontros presenciais realizados, pelo menos, uma semana a cada trimestre. Neste período, o Nubank cresceu de 59 milhões para 122 milhões de clientes no Brasil, México e Colômbia, atingindo um lucro líquido de US$ 637 milhões e faturamento de US$ 3,7 bilhões no segundo trimestre de 2025.
A partir de janeiro de 2026, o modelo existente Nu Way of Working (NWW) permanecerá em vigor como requisito mínimo. O primeiro semestre será um período de transição e adaptação.
A expectativa é de que aproximadamente 70% das equipes trabalhem presencialmente em um ou mais escritórios designados por um mínimo de dois dias determinados por semana a partir de julho de 2026. As equipes serão estabelecidas para dias específicos da semana e escritórios com base em unidades de negócios e padrões de interação entre unidades rastreados, destinados a maximizar a colaboração.
A partir de janeiro de 2027, o plano é aumentar os requisitos presenciais para um mínimo de três dias designados por semana, sujeitos a avaliações do modelo. “Concluímos que um modelo híbrido nos permitirá aproveitar o melhor dos dois mundos e é fundamental para as nossas ambições”, diz David Vélez, fundador e CEO do Nubank, em nota compartilhada com os funcionários.
A decisão está baseada no fortalecimento da cultura, propósito e pertencimento. “Cultura não é um documento ou um conjunto de valores em uma parede — é um sistema vivo de hábitos, energia e confiança construído através da conexão humana diária. Em um mundo prioritariamente remoto, essa energia se esvai”, ressalta Vélez.

Outro fator preponderante é acelerar a inovação por meio de encontros criativos. As maiores inovações na história do Nubank nasceram da colaboração entre pessoas na mesma sala. “Oportunidades presenciais geram mais ideias, de maior qualidade e iteram mais rapidamente. A criatividade não floresce em chamadas agendadas; ela emerge de interações não planejadas, debates em quadros brancos e faíscas de insight que se espalham pelas equipes”, justifica o executivo.
O retorno pretende ainda aprimorar o escopo operacional de trabalho. “Aprendemos que a capacidade de comunicação encolhe drasticamente em uma configuração remota. Sinais não verbais desaparecem, mal-entendidos se multiplicam e a multitarefa na tela reduz o foco”, explica Vélez.
O olhar se volta também para a responsabilidade compartilhada gerada pela aproximação das pessoas. “É mais fácil detectar problemas precocemente, corrigir o curso, treinar aqueles com desempenho abaixo do esperado e celebrar um ótimo trabalho. O trabalho remoto otimiza a conveniência individual, mas muitas vezes à custa da produtividade coletiva”, adverte.
Leia abaixo um trecho do comunicado enviado por David Vélez aos funcionários do Nubank no dia 6 de novembro:
Prezados Nubankers,
Nos últimos cinco anos, o Nubank prosperou em um ambiente prioritariamente remoto. Juntos, construímos uma empresa geracional, alcançando mais de 120 milhões de clientes em toda a América Latina. Esta é uma conquista extraordinária, e cada um de vocês desempenhou um papel para torná-la possível.
Mas, como sempre dizemos, it’s still Day 1. A próxima fase de crescimento acelerado e internalização exigirá aprimoramento em aspectos-chave do nosso ambiente de trabalho para que possamos prosperar. Hoje quero compartilhar uma decisão importante nessa direção: decidimos fazer a transição do nosso modelo prioritariamente remoto para um modelo híbrido. A partir de 1º de julho de 2026, planejamos trazer os Nubankers de volta ao trabalho em equipe presencial, dentro de escritórios vibrantes, começando com 2 dias por semana e, mais adiante, 3 dias por semana em 1º de janeiro de 2027.
Quero reconhecer de antemão: esta foi uma decisão difícil. Sabemos que esta decisão será bem recebida por muitos de vocês. Para outros, irá gerar conturbação — especialmente para aqueles que moram longe de nossos escritórios, ou para aqueles que ingressaram no Nubank por causa da flexibilidade do trabalho remoto. Entendemos o peso desta mudança e não a tomamos levianamente. Nosso objetivo é que cada Nubanker permaneça a bordo nesta nova jornada.
Portanto, elaboramos um plano ponderado que permite acomodação e suporte significativos. Estabelecemos intencionalmente um período de transição de 8 meses para permitir ajustes. Estamos construindo uma série de novos escritórios para tornar mais fácil para muitos Nubankers se deslocarem por alguns dias da semana e forneceremos suporte a Nubankers elegíveis com assistência para realocação, extensões ou exceções com base em critérios específicos.