Donald Trump tomou posse nesta segunda (20) para o seu segundo mandato à frente dos Estados Unidos

Donald Trump tomou posse nesta segunda-feira (20) como o 47º presidente dos Estados Unidos sob uma série de expectativas de todo o mundo, sobretudo do ponto de vista econômico.

Especialistas falam muito sobre o 'Trump Trade', termo que se refere ao movimento dos mercados em relação à expectativa da volta do nacionalismo econômico na segunda gestão do empresário.

Dentro desse pacote, como disseram economistas, estão o protecionismo, desregulamentação e aumento nos gastos com infraestrutura e defesa, cortes de impostos e o aumento das tarifas sobre os produtos importados.

Mas quais serão os impactos da nova era Trump na publicidade?

Roberta Iahn, coordenadora-adjunta do curso de publicidade e comunicação da ESPM, vê que as regulamentações sobre a publicidade serão menos impactantes nessa nova gestão de Donald Trump.

"As empresas americanas estão felizes com Trump e seu discurso nacionalista, sua agenda para tensionar relações comerciais externas e o fim da pressão pelas práticas de diversidade", afirma.

Casa Branca, sede do governo dos Estados Unidos (Foto de René DeAnda na Unsplash)

Iahn ressalta também que o desafio é saber se a liberdade para tornar os negócios rentáveis e as marcas mais livres em seus discursos encontrará alguma resistência na sociedade americana.

No Brasil, a especialista diz esperar impacto, tanto nas questões politicas e econômicas, como nos negócios publicitários, mas, provavelmente, em vieses diferentes.

"Por mais que tenhamos nossas regras, as grandes empresas americanas de todas as atuações publicitárias estão aqui: marcas, big techs, grandes grupos de comunicação e agências, entre outras."

Economia agressiva
João Estevam, professor de relações internacionais da Anhembi Morumbi, diz esperar por uma política econômica mais agressiva em relação a outras economias emergentes, como a China e o Brasil.

O especialista afirma também que é possível observar uma tendência de aumento de exportação de capitais americanos em dois campos: o da infraestrutura e telecomunicações.

"Nas relações com o Brasil podemos esperar uma tendência de proximidade na área econômica, já que é de interesse dos Estados Unidos colocar o Brasil na sua esfera comercial, uma vez que o parceiro do Brasil tem sido a China", ressalta.

Big techs
As big techs também entram no radar do mundo em um momento de completa incerteza acerca do TikTok, que chegou a sair do ar no último domingo (19) e voltou, ainda tem futuro incerto nos EUA.

Trump chegou a dizer que  emitiria uma ordem depois de ser empossado para atrasar a aplicação da lei, aprovada pela Suprema Corte e que obrigava a chinesa ByteDance vender suas operações no país.

Do TikTok para a Meta, nos primeiros dias do ano, Mark Zuckerberg anunciou que as redes sociais da Meta vão descontinuar o seu programa de checagem de fatos. No lugar, o fundador do Facebook afirmou que a plataforma adotará as 'notas de comunidade', recurso parecido com o que Elon Musk usa no X, o antigo Twitter.

"As big techs estarão mais soltas e livres para seus estilos de negócios, 'no rules' é a expectativa desde que não barre nos interesses do Trump", afirma Roberta Iahn, coordenadora-adjunta do curso de publicidade e comunicação da ESPM.

(Crédito: Foto de Library of Congress na Unsplash)