Embora estejam otimistas, profissionais disseram que os fatos novos causam apreensão Tudo novo: ano, governo, cepa da Covid-19, guerra, desunião, economia chinesa e americana em queda... Haja fôlego para tantas novidades e tensões. Mas, as agências de publicidade se mostram otimistas, com certa dose de cautela, o que não faz mal a ninguém.
O fato é que 2023 é uma caixinha de surpresas. Só para variar, a indústria da comunicação, assim como o mercado em geral, deve sofrer com altos e baixos. Mas ele está com cara de que será um grande ano. Veja a seguir alguns dos depoimentos e impressões de líderes de algumas agências de publicidade – leia a versão completa aqui .
“As perspectivas para 2023 são boas, porém, com muita atenção. Da guerra entre Rússia e Ucrânia, passando pela inflação nos Estados Unidos e as demissões nas big techs, tudo isso afeta diretamente a cadeia de produção e consumo e, consequentemente, o mercado da comunicação. Além disso, ainda temos a Covid-19. E, no Brasil, soma-se a isso um novo governo que começa agora. Por isso, acho que teremos uma situação mais dura e com consequências mais diretas no nosso segmento. O equilíbrio em fidelizar e engajar os consumidores que já se tem com ir atrás de novos pode ser uma boa estratégia para este ano”. Marcio Oliveira, SVP, managing director da R/GA Brasil “O meu olhar é de otimismo com cautela. Para a VMLY&R, será a hora de apostar em novos segmentos, após dois anos de um processo de fusão e consolidação que se mostrou muito bem-sucedido. Em relação ao mercado como um todo, acho importante medirmos diferentes fatores. Depois das eleições, que reafirmaram a cisão que existe no Brasil, iniciaremos 2023 com um novo governo que tem a missão de unificar o país e fortalecer os índices de crescimento da economia. Ao mesmo tempo, precisamos ficar atentos aos efeitos da desaceleração da economia chinesa e americana.” Fernando Taralli, CEO da VMLY&R Brasil e chief integration officer da VMLY&R Latam “Estamos otimistas com as perspectivas para 2023, tanto do ponto de vista sobre os rumos da economia brasileira, como do ponto de vista institucional da Galeria.ag. Além de seguir contribuindo para o crescimento dos negócios dos nossos clientes, temos como meta aprimorarmos nossa cultura corporativa, conquistar marcas de setores que ainda não atendemos e, também, liderar um movimento para revisão da governança do mercado publicitário brasileiro e nas relações com as marcas. Queremos imprimir e revalorizar um modelo brasileiro, que une criatividade, inovação e performance em mídias, que seja considerado uma referência.” Eduardo Simon, CEO da Galeria.ag “A economia e a propaganda estão 100% relacionados. Como a previsão para 2023 é desafiadora, a responsabilidade das marcas e das agências é ainda maior. O nosso dever é de ir além, e de mostrar o propósito das empresas e o seu papel como agente de transformação da sociedade. Na minha concepção, a comunicação será cada dia mais personalizada. Somos diariamente impactados com um volume absurdo de informações, nosso objetivo aqui na Grey é trazer histórias relevantes para a vida das pessoas de forma que elas interajam naturalmente com nossas marcas e produtos.” Priscilla Telles, head de negócios da Grey Brasil “O cenário segue desafiador. Inflação, tensão europeia, questão energética. Aqui, o novo governo precisa continuar sinalizando responsabilidade fiscal (reforma tributária e novo marco fiscal podem ajudar). E a já anunciada regulação da mídia merece atenção. Mas cautela não significa inércia. O mais importante será entender que, neste contexto, parcerias serão fundamentais. Não há uma fórmula de sucesso. O sucesso passará pelas melhores parcerias. Parcerias que aproximem a verdade das marcas a tudo que impulsiona os consumidores. Que tenham a melhor leitura do momento e traduzam isso em insights relevantes.” José Lopes, chief growth officer da AlmapBBDO “O mundo ainda sofre as consequências de uma crise global e entendemos que a retomada será um processo de médio prazo. Ainda assim, estamos otimistas em relação a 2023, pois vemos as marcas entendendo este cenário como uma oportunidade para ganharem um papel significativo na vida das pessoas. Na era da hiperconveniência do consumo, a tendência é que as agências concentrem seus esforços para criar estratégias que favoreçam a jornada única do consumidor. Para tanto, devem crescer os investimentos em omnichannel e a personalização de experiência do consumidor, a partir de inteligência artificial, machine learning, e o cruzamento de 1rst e 3rd Party Data.” André França, presidente da WMcCann “Seguir permeando nossas entregas no pensamento ‘earned first’ e endereçando os desafios de gerar relevância para a audiência e consumidor fazendo o investimento em comunicação valer mais. Com um cenário de narrativas tão fragmentadas, temos como papel entender como podemos construir pontes entre a audiência e as empresas permeando autenticidade e propósito. A visão de geração de conversas e mídia espontânea, a partir de conteúdo que seja relevante e entregue valor para o consumidor, deve despontar em um cenário de desafios de ROI e eficiência. Além disso, esperamos ver uma crescente ainda maior de ESG e diversidade, que para nós são premissas desde o dia 1º.” Brisa Vicente, COO da Soko (Crédito: Moritz Knöringer on Unsplash )
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