Os efeitos do uso contínuo do tabaco já são bem conhecidos. Mas não custa alertar que o cigarro provoca sequelas irreversíveis nos seus usuários. Não é por outro motivo que a OMS (Organização Mundial de Saúde) veicula de forma pro bono nos canais de mídia de todo o mundo uma campanha para chamar a atenção. 

O projeto contempla o Dia Mundial sem Tabaco que acontece no dia 31 de maio. O filme, anúncios e cartazes serão traduzidos em mais de 100 idiomas como inglês, espanhol e chinês, por exemplo.

E a agência brasileira nova/sb, pela 10ª vez consecutiva, está à frente da ação, este ano sob o tema “Tobacco breaks hearts- Choose health, not tobacco (“O tabaco e as doenças cardíacas”, em livre tradução). 

“A campanha ​procurou ser a mais didática e pedagógica possível. Para evidenciar a ligação direta que existe entre o tabagismo e as doenças cardíacas, utilizou-se a imagem de um coração expelindo fumaça, como que prestes a entrar em colapso. O texto, curto e simples, reforça a mensagem evidenciada na imagem. Sempre importante salientar que os briefings da OMS pedem soluções criativas e de fácil compreensão e entendimento universal”, explica Átila Francucci, vice-presidente nacional de criação da nova/sb.

O problema do uso do cigarro e outros derivados de tabaco gera ônus econômico aos orçamentos globais de saúde pública. Nos países da América Latina o consumo chega a 112 bilhões de unidades por ano. No Brasil, de janeiro a novembro de 2017 a produção cresceu 5,4% devido a expansão das vendas de embalagens box e, também, pelo volume de exportações. No mercado brasileiro houve uma queda de 12,7% das vendas em maços.

No país os custos relacionados a tratamentos médicos com origem no uso do tabaco comprometem R$ 56,9 bilhões ao país segundo a pesquisa “O tabagismo no Brasil” R$ 39,4 bilhões em custos médicos diretos e R$ 17,5 bilhões em custos indiretos, decorrentes da perda de produtividade devido à morte prematura e incapacitação de trabalhadores. O estudo realizado em 2015 foi financiado pelo Inca (Instituto Nacional do Câncer) e mostra também  como, com  a arrecadação de impostos de aproximadamente R$ 13 bilhões neste ano, o problema impacta a economia do país em R$ 44 bilhões.

A OMS organizou recentemente a exposição “Propaganda de cigarro, como a indústria do fumo enganou as pessoas” com 90 peças publicitárias usadas dos anos 1920 a 1950 pelo trade de tabaco nos Estados Unidos para promover o produto.

A exposição foi articulada pelos médicos Robert K. Jackler e Robert N. Proctor, professores da Universidade de Stanford (EUA). Alguns títulos desses cartazes e anúncios seriam uma aberração nos dias de hoje: “Garganta Sensível? Fume Kool”, “Médicos fumam Camel mais do que qualquer outro cigarro” e “20.679 médicos dizem que Lucky Strike não irrita a garganta” são alguns dos exemplos estampados nas peças publicitárias da época. Frank Sinatra, John Wayne, Ronald Regan, Lucille Ball e Marlene Dietrich eram garotos-propaganda de marcas de cigarro. Oje, astros do cinema e da televisão cobram alto para aparecerem fumando em cenas. Bob Vieira da Costa, CEO da nova/sb lembra que Papai Noel apareceu distribuindo pacotes de cigarro ao lado de um bebê que dá conselho para a mãe reforçando a marca de cigarros.

“As pessoas ficaram indignadas com as mentiras desses anúncios, que afirmavam que cigarro é bom para a garganta e para asma, por exemplo”, relembra Bob.

Confira algumas das peças da exposição: