Em entrevista, o CEO Richard de Albanesi fala ainda sobre o papel do relacionamento com clientes e times

Empreendedor desde a adolescência, Richard de Albanesi começou a trabalhar aos 13 anos no negócio da família, no setor de iluminação. O contato precoce com o universo corporativo e as frequentes viagens à China o levaram a enxergar, ainda em 2010, uma oportunidade em uma área praticamente inexplorada no Brasil: os painéis de LED.

Assim nasceu a The LED, com o propósito de criar uma marca nacional de tecnologia e impacto visual. De lá para cá, a empresa cresceu em ritmo acelerado e tornou-se referência em soluções de mídia digital e hoje atua em três pilares: eventos, instalações fixas e retail media.

À frente desse processo, o CEO fala sobre o papel do relacionamento com clientes e times e os planos de expansão que consolidam a The LED como uma das principais empresas do setor na América Latina.

Você começou a trabalhar muito jovem. Como foi essa trajetória até criar a The LED?
Comecei aos 13 anos no negócio da família, no setor de iluminação. Passei a infância dentro da fábrica e, com 13, já trabalhava todas as tardes. Fui para a China pela primeira vez nessa idade, acompanhando minha mãe — e depois voltei quase 50 vezes. A gente produzia e desenvolvia produtos de iluminação e, quando ela tomou a decisão de vender a empresa para se dedicar integralmente ao projeto social ‘Amigos do Bem’, eu me vi pensando no que fazer. Foi quando decidi criar algo que eu realmente dominasse. Eu conhecia iluminação, conhecia LED e sabia que o Brasil não tinha nenhuma marca de painéis de LED. Em 2010, comecei o sonho da The LED.

Por que você chama de “sonho”?
Porque, no começo, muita gente achava que era loucura. Ninguém no Brasil sabia direito o que era um painel de LED, não existia uma marca nacional e a ideia de competir com produtos chineses parecia impossível. Eu escutava que era arriscado, que o mercado não estava pronto, mas sempre acreditei que dava para fazer diferente. Queria criar uma marca sólida, reconhecida pela qualidade e com propósito — algo que levasse o nome do Brasil para um segmento dominado por importações. O início foi desafiador, mas também empolgante. Começamos atendendo grandes artistas e eventos, o que ajudou a dar visibilidade à tecnologia. O primeiro grande case foi o DVD de 40 anos de Chitãozinho & Xororó, e logo depois veio o projeto da Claudia Leitte, que, na época, foi considerado o maior do país. Esses trabalhos abriram as portas e mostraram que o LED podia ir muito além dos palcos.

Como foi essa transição dos palcos para os projetos fixos e corporativos?
Mesmo com o sucesso nos shows, a ideia sempre foi desenvolver e fabricar produtos próprios. Em 2012, tivemos nosso primeiro contrato importante com a Elemidia, que mais para frente foi comprada pela Eletromidia, o que abriu as portas do out of home. Fizemos o primeiro painel aéreo instalado dentro de um shopping no Brasil, no Villa-Lobos, em São Paulo. Na época, era enorme, pesado — mais de 30 centímetros de largura —, e hoje fazemos o mesmo produto com menos de dez. A partir daí, entramos em outros shoppings e fortalecemos nossa atuação no OOH.

Você sempre acreditou no varejo como próximo passo, certo?
Sim. Desde 2011 eu falava: “um dia o varejo vai ter mídia”. Tentamos na época colocar painéis em supermercados, mas o mercado ainda não estava pronto. Só em 2019 veio o grande divisor de águas, com a loja conceito da Riachuelo no MorumbiShopping — uma loja inteira digital, com colunas e fachadas em LED. Esse projeto abriu portas para diversas marcas do varejo e provou que estávamos no caminho certo.

Richard de Albanesi, CEO da The LED (Divulgação)

A pandemia afetou diretamente os eventos. Como vocês reagiram?
Foi um dos momentos mais difíceis da nossa história. Mais de 80% do nosso negócio era de eventos e, de um dia para o outro, tudo parou. Mas decidimos nos reinventar: transformamos os painéis de eventos em instalações fixas e começamos a atender aeroportos, rodoviárias e lojas. O Aeroporto de Confins foi um dos primeiros, e até hoje é 100% digital. A partir dali, deixamos de ser apenas uma empresa de eventos para oferecer soluções completas — estrutura metálica, instalação, cabeamento e sistema de gerenciamento.

Essa mudança exigiu novas aquisições, certo?
Sim. Para garantir agilidade e qualidade, compramos a Fase, uma empresa de 35 anos especializada em estruturas metálicas, e depois a Invian, que tinha 12 sistemas proprietários de software e presença na América Latina. Essas aquisições nos tornaram uma empresa de tecnologia e não apenas de hardware. Hoje entregamos todo o ecossistema: tela, estrutura, sistema e conteúdo.

Leia a entrevista completa na edição do propmark de 13 de outubro de 2025