Quando a Lei Cidade Limpa foi adotada em São Paulo, a partir de 2007, com a proibição dos outdoors nas ruas e a padronização de painéis publicitários no comércio, entre outras regras, pensou-se que era o fim da mídia exterior na maior capital da América Latina. Quase duas décadas depois, o out of home se consolida como a terceira maior mídia a receber investimento publicitário, com share de 11,3% e faturamento de R$ 515 milhões no primeiro semestre de 2024, o que representa um crescimento de 65% na comparação com igual período do ano passado, segundo dados do Cenp-Meios.

E a expectativa dos players do setor é que a expansão continue, como mostra especial nesta edição. A adaptação, a inovação e a criatividade foram elementos cruciais para remodelar o OOH, hoje caracterizado principalmente pela exibição e exploração de publicidade em relógios de rua, abrigos de ônibus e painéis em locais de grande circulação de pessoas, como shopping centers, rodoviárias e aeroportos.

Os números de todas as empresas do segmento são superlativos nesses primeiros seis meses do ano e a perspectiva é que o crescimento seja ainda maior no segundo semestre, tendo em vista datas comerciais e eventos como Black Friday, Rock in Rio e Natal.

A digitalização dos ativos de OOH, o chamado DOOH (digital out of  home), é outro ponto altamente favorável. Com o avanço tecnológico, espera-se uma expansão significativa em formatos interativos e personalizados, capazes de proporcionar experiências imersivas e altamente segmentadas.

O avanço da adoção da mídia programática pelo setor, a integração de dados e análises mais sofisticadas também permitirão uma mensuração mais precisa do retorno sobre investimento, atraindo mais anunciantes que buscam impacto e eficácia.

Ou seja, o OOH deixou de ocupar uma função tática nos planos de mídia para se tornar uma mídia estratégica. Não à toa, surgiram no mercado, inclusive, agências e núcleos especializados dedicados exclusivamente para a criação de campanhas no meio. E as inovações não param no setor, contribuindo para elevar o nível da criatividade.

“Estamos introduzindo novas tecnologias de ponta, como holografia e realidade aumentada, para criar experiências ainda mais envolventes e impactantes para os consumidores. Também estamos aprimorando soluções de mídia programática e expandindo iniciativas como o Mapa OOH Live, que oferece métricas de audiência em tempo real para agências e anunciantes”, conta Wlamir Lino, diretor-comercial da Clear Channel.

Fusões, aquisições, novos players e parcerias também surgem a todo momento no segmento. A mais recente foi a compra de 29% de participação do UOL na NEOOH, uma das líderes nacionais em mídia out of home, anunciada no início deste mês.

“Essa parceria estratégica permitirá que avancemos ainda mais rapidamente na evolução tecnológica do nosso digital OOH e na expansão de nossos ativos. Após a aprovação da transação pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), estaremos prontos para lançar produtos e serviços diferenciados e integrados, oferecendo ao mercado da comunicação soluções ainda mais inovadoras e eficazes”, declarou Leonardo Chebly, CEO da NEOOH.

O momento da publicidade OOH é considerado “excepcional” e vem (muito) mais por aí.

Serviços premium
Pesquisa da NielsenIQ, encomendada pela Amazon, revelou que a assinatura de serviços prime ou premium está em alta no país. O estudo ‘O que é ser prime para o consumidor brasileiro’ apontou que 45% da população assina algum tipo de serviço da categoria.

A pesquisa, que entrevistou mais de mil pessoas de todo o Brasil, destaca ainda os setores de streaming e de varejo como dois dos três que mais atraem assinaturas no país: 80% dos entrevistados assinam algum streaming, enquanto 77% dos respondentes assinam ou consideram assinar um serviço prime ou premium no setor de e-commerce.

Frase: “O sucesso não é garantido, mas a falha é certa se você não estiver determinado.” (Robert Kiyosaki).

Armando Ferrentini é publisher do propmark